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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Denúncia: Crianças Dalits valem MENOS QUE NADA na Índia

O Mundo real vai muito além da imaginação de qualquer escritor ou diretor de cinema e televisão.
Fatos como os narrados abaixo, não merecem apenas que gastemos nosso tempo discutindo sobre os problemas das crianças Dalits na Índia e sim que tomemos iniciativas reais de enfrentamento contra esta violência praticada contra as crianças naquele país.
Crianças que são obrigadas a se prostituir não só porque sua condição financeira é miserável, mas sim porque nasceram Dalits.
Frutos de uma sociedade cujos valores estão muito distantes de DEUS, ou seja, o AMOR.

Relato Marcante da Viagem Missionária do Pr. Joel Stevanatto da Igreja "O Brasil Para Cristo do Mandaqui(SP)" sobre as Crianças Dalits na Índia.


VIAGEM MISSIONÁRIA PARA A ÍNDIA – 17 a 25 de Novembro de 2009


Pastores Joel Stevanatto (MD), Julio Moromisato (OM), Evangelista Edson Teixeira (MD) e Irmã Jussara (Presbiteriana do Brasil-Machado-MG).

O propósito dessa viagem foi conhecimento e constatação das dificuldades do campo. Antes de darmos start ao processo de captação de recursos para a edificação da escola de resgate de crianças Dalits era preciso conhecer, in loco, a necessidade e firmar a parceria com a OM Índia.

Saímos do Brasil na terça feira (17) e, depois de uma escala de oito horas em Londres, chegamos à base da Om em Hyderabad, onde nos hospedamos as 3h30 da quinta feira (19). Aqui eram 10h30 da manhã devido ao fuso de 7h30. Estávamos muito cansados e preferimos dormir a almoçar. As 15h00 nos preparamos para conhecer a base da OM – um complexo com vários prédios onde é desenvolvido amplo trabalho evangelístico, cultural, assistencial – inclusive com uma escola de resgate. Mais tarde vou apresentar o complexo e suas múltiplas atividades. Jantamos as 18h30 (primeira refeição de verdade desde o almoço de terça feira – arroz, macarrão e frango). Saímos a noite na vila próxima da base para andar um pouco e por volta das 21h00 nos recolhemos em nossos quartos.

Nossos dias aqui são muito intensos e tudo é muito cansativo, pois se soma o desgaste com o fuso horário, a dificuldade com o idioma, a agitação da cidade muito populosa, movimentada e barulhenta. Nas ruas e avenidas convivem pessoas, motos, bicicletas, caminhões, ônibus e alguns animais numa terra sem lei no tráfego, quase não existem semáforos e todos andam na direção que quiserem e buzinam ao mesmo tempo. É um grande tumulto! Parece que a buzina é um costume e até mesmo nos caminhões esta escrito nos pára-choques “Por favor, buzine”. É uma forma de avisar ao motorista da frente e do lado que você está perto, o problema é que todos buzinam por tudo e ao mesmo tempo – vira um caos. Somado a isso a miséria e a pobreza são marcas visíveis por todo lado.

A Bíblia diz que “as pessoas tornam-se semelhantes aos deuses que elas adoram”, e mais do que nunca ou do que em qualquer lugar aqui é visível como o ser humano torna-se irracional tal como os animais que compõe o Leão de deuses adorados. Enquanto nós cristãos somos moldados a Cristo, o Senhor, os hindus moldam-se aos animais irracionais. Isso é claro na medida em que não existe lógica no comportamento social, na cultura das castas e na forma miserável como o ser humano é tratado por aqui. Aqui a vida humana é realmente insignificante!

Na sexta feira (20) usamos o dia para conhecer a estrutura de trabalho da OM Índia e tívemos várias reuniões para entender o funcionamento do processo de evangelização dos Dalits e do povo indiano. Aqui mais do que em qualquer lugar é necessário o evangelismo holístico, ou seja, olhar o homem como um todo. É preciso pregar o evangelho com o acompanhamento do resgate social, cultural e econômico do povo. Quando um hindu se converte ao cristianismo perde o respeito do restante da população começando pelos seus familiares e isso redunda na perda da condição social e econômica. Não é raro a conversão resultar em ser expulso da família e perder a herança ou qualquer vínculo com os pais e parentes. Isaque é o irmão Dalit que tem nos acompanhado por aqui, e passou pela experiência da discriminação em sua própria família. Ao se converter foi lançado para fora da família e impedido de ir mesmo ao enterro de seu pai, aliás, a última vez que esteve com ele foi quando contou que havia se convertido ao cristianismo, então recebeu a informação que não precisava mais voltar para casa.

Os Dalits são culturalmente discriminados e rebaixados a condição de assumirem as tarefas desprezíveis na sociedade indiana. Para diminuir a miséria imposta a esse povo é assegurado por lei a quantia de 20% das vagas de empregos públicos para os Dalits, mas quando um deles se converte passa a não possuir esse direito. Essa é uma das vertentes que gera opressão econômica e conduz ao serviço da escravidão aos homens que trabalham nos serviços mais desprezíveis como limpar latrinas (excrementos humanos) e as mulheres a venda do seu próprio corpo.

Pais escravizados economicamente geram a cultura aos filhos de continuidade da escravidão e isso é somado ao pensamento de destinação dada pelos deuses do hinduísmo de que as pessoas foram geradas dentro de certas castas e delas não podem sair. Visitamos no sábado (21) duas comunidades Dalits. Na primeira constatamos o inicio da estratégia maligna de opressão e aprisionamento de cinqüenta famílias que moram em dutos de esgoto fornecidos por uma empresa onde elas trabalham. São indianos vindos de outras partes do país com a oferta do emprego por valores miseráveis e a opção de morarem num terreno ao lado da companhia empregadora onde são colocados dutos de concretos que são improvisados como casas. Não lhes é permitido construírem suas casas nesse terreno. Essas famílias são agricultores que vem para esse lugar com o propósito de pagarem os empréstimos que fizeram com juros pesadíssimos para fazerem o cultivo da terra e como perderam tudo devido as condições climáticas ou outros fatores da economia indiana não possuem alternativas além de se venderem sujeitando-se a essa condição, e nunca conseguem pagar os referidos empréstimos. Os homens trabalham nesse regime (de escravidão) e as mulheres (tambem a troco de comida) para a limpeza das casas das famílias de castas superiores. Isso faz com que as crianças fiquem o dia inteiro dentro desses tubos de concretos e na vila improvisada como moradia para os dalits e não possuem nenhuma perspectiva senão darem seqüência a essa sina imposta pelos deuses. Nesse ponto entra em cena o golpe mais duro aplicado pelos braços malignos: As crianças são vendidas pelos seus pais para a escravidão (meninos na escravidão braçal e meninas sexualmente). Também é aqui que entramos com a construção de escolas de resgate de crianças, pois oferecemos as famílias a possibilidade de resgatar essas crianças e conduzí-las para a escola onde são socializadas, instruídas e evangelizadas gerando perspectivas novas para o futuro e uma mudança nas próximas gerações.

Depois de visitarmos essa comunidade fomos para outra onde a influencia desse projeto de resgate já mostra resultados. Ali a condição dos Dalits é a mesma e os homens trabalham numa pedreira próxima do terreno onde a OM Índia comprou um terreno e construiu casas para moradia dos Dalits. Percebemos crianças que sorriem com mais expressão e muitas mães juntas aos seus filhos. É indescritível narrar a diferença que presenciamos no semblante das pessoas e no clima espiritual entre a comunidade Dalit que está num inicio de processo de resgate e a outra onde esse processo está mais adiantado.

Ficamos hospedados no Campus da OM – uma imensa área (sete acres) onde funcionam os sete ministérios básicos do projeto de resgate: Igreja, Seminário Teológico, Clinica Médica, Escola, Pequenos Negócios, Om Publicações e Administração. Aqui nesse Campus temos tido um contato visual e físico com as crianças Dalits resgatadas e que estudam na escola aqui estruturada. As crianças só podem vir para a escola depois de três anos, e aqui encontramos os irmãos daquelas crianças com menos de três anos que moram nos tubos. Tambem convivemos com os alunos Dalits no seminário teológico e pudemos perceber o sucesso do processo de resgate. Imagine três degraus sendo que o inferior esta mais próxima do inferno e o superior do céu: as crianças até três anos de idade morando nos tubos sem seus pais por perto e tendo como destino a comercialização de seus corpos e vidas para aescravidao é o degrau próximo do inferno. Seus irmãos resgatados e colocados na escola gerando perspectivas e em muitos casos conversão é o segundo degrau. Depois de passarem pela escola de resgate esses jovens podem se graduar e se tornarem profissionais nas diversas áreas, e muitos deles ministros do Evangelho (nos últimos sete anos foram plantadas 2800 igrejas Dalis na índia com o serviço ministerial de pastores e obreiros Dalits) passam a representar o paraíso, e a destruição dos planos de Satanás.

No sábado (21) e domingo (22) participamos de algumas reuniões com líderes das igrejas e da OM onde conhecemos o trabalho desenvolvido nesse país. Também participamos de cultos e de um concerto musical oferecido por um pastor americano que está aqui na Índia gravando um CD com os Dalits. Desse conserto nasceu a situação de inserirmos uma ou duas musicas preparadas por esse pastor com os Dalits e com a participação deles num idioma local no CD que estamos gravando no Brasil cuja distribuição terá o seu valor revertido para o Projeto junto aos Dalits. No sábado a noite jantamos com o Pr. Joseph de Souza e alguns líderes locais onde conversamos sobre o projeto de maneira informal, tendo sido marcada a reunião oficial para definição do projeto para esta segunda (23) a tarde, pois pela manhã vamos visitar escolas de resgate de crianças Dalits, atualmente elas já somam o número de 90 espalhadas pela índia, principalmente na região norte onde a concentração de igrejas é menor, pois os missionários chegam pelo litoral e se concentram no sul da índia, na região costeira. O grande desafio na evangelização desse país é a região norte onde o hinduísmo está muito arraigado e, conseqüentemente, a miséria e pobreza social, econômica e espiritual se prolifera.

No domingo pela manhã preguei numa igreja “Bom pastor” em um vilarejo chamado Kandlakóya e a mensagem foi traduzida do português para o inglês e desse para o Telugo, língua oficial do povo. Foi uma experiência muito interessante falar com aquela igreja. Havia umas 60 pessoas no culto e todos sentados no chão, homens de um lado e mulheres do outro. Foi maravilhoso vê-los louvando ao Senhor na língua deles! A resposta da igreja quanto a mensagem foi muito boa. O povo aqui é humilde, hospitaleiro, amável e muito, mas muito carente. Realmente são os “esmagados” (definição do termo Dalit).

Nesta segunda feira (23) tivemos um dia muito produtivo. Pela manhã visitamos uma escola Dalit em funcionamento e no processo de construção. No total visitamos 04 escolas em funcionamento, algumas em locais alugados (2) aguardando recursos para a construção do prédio oficial e outras já em prédios construídos (2). A tarde nos reunimos com o Pr. Joseph para os detalhes da construção e a noite jantamos na casa de uma família Dalit aqui da igreja.

Vamos cooperar na construção de uma escola de resgate de crianças Dalits na Região norte do País, onde 120 crianças atuam em lugar improvisado. A nossa escola comportará de 300 a 400 crianças.

Uma das escolas que visitamos fica num município chamado Ramayanpety a cerca de 30 kilometros do Campus da OM. Ela funciona numa casa alugada e tem cerca de 120 crianças. Há alguns metros dali está sendo construída a escola que vai abrigar essas e outras crianças que serão resgatadas. As crianças prepararam uma apresentação especial que foi muito linda. É maravilhoso ver aquelas crianças, filhas de pais Dalits, sendo socializadas, evangelizadas e libertas. Falaram versículos bíblicos, cantaram louvores e são muito amigáveis. Abraçavam-nos em todo tempo e eram loucas pelas fotos. Também os professores nos preparam um pequeno lanche e ali ficamos um bom tempo, na verdade a vontade era não ir mais embora.

Busquei o máximo de objetividade na reunião que tivemos com o Pr. Joseph no período da tarde, até em inglês conversei com ele e com os demais, e o mais incrível é que eles disseram que me entenderam! Fechamos praticamente todos os detalhes para construção da nossa escola e já adiantamos a forma de trabalhar no resgate das crianças. A OM Índia se propôs a comprar o terreno em dois meses e a traduzir o site para o português e nós mesmos vamos gerenciá-lo a partir do Brasil gerando a possibilidade das pessoas adotarem as crianças via internet. Foi muito bom.

A nossa noite foi especial. Fomos recebidos por uma família Dalit, cujo pai quando se converteu foi expulso de sua casa pelos seus pais hindus. Ele foi recolhido pela OM, tornou-se engenheiro civil e foi (é) responsável por todas as construções das escolas e complexos da Om, inclusive do Campus onde estamos hospedados. Ele define o terreno, a documentação e o projeto de construção das escolas. Foi uma experiência marcante abandonar os talheres e comer arroz, batata, frango e mais algumas coisas que não sei explicar o que com as mãos. Também o clima de paz e da presença do Senhor foi uma marca especial ali. Cantamos louvores em português, inglês, Caciques, e ouvimos os irmãos falarem em russo e cazaque. Havia conosco outra família que trabalha no Cazaquistão. Ele é Indiano e ela Cazaques. Atualmente sofrem perseguição naquele País e correm o risco de terem de abandonar o campo – precisam das nossas orações.

A terça feira foi o nosso último dia na Índia e a usamos para conhecer escolas e um pouco da cidade de Hiderabady. Na madrugada de quarta feira (3:30 hrs) nos dirigimos para o aeroporto em Hiderabady para 43 horas depois (contando conexão em Londres, espera nos aeroportos e translados) desembarcarmos em Guarulhos-SP. Fiquei 45 horas “no ar” (acordado) e agora penso em descansar algumas horas antes de começar a trabalhar na mobilização para resgate de crianças Dalits, pois quando resgatamos crianças transformamos gerações.

                                   Crianças Dalits resgatada pela igreja evangélica.
                                   Estas foram salvas da escravidão e prostituição.


Famílias morando em manílias de esgoto

Crianças Dalits em sala de aula da escola da igreja Evangélica


Criança sozinha em barraco enquanto sua mãe trabalha em regime de escravidão.
É provável que esta criança seja vendida para ser explorada sexualmente, como acontece com a maioria das crianças Dalits na Índia.


"Pai perdoai, pois eles não sabem o que fazem" - Jesus de Nazaré



      Ed

2 comentários:

  1. É inaceitavél o que acontece com os dalits! Os de castas superior os consideram sujos e nem chegam perto dos dalits mas não se importam em abusar sexualmente deles. Grande idiotas pois tocar não é permitido então como eles fazem quando estupram as mulheres e crianças Dalits? Perdoa Senhor estas pessoas que são abusadas. Cuida Senhor dos teus filhos

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  2. Em pleno seculo XXI é inacreditável que ainda existem pessoas desse jeito... animais chamados de seres humanos. Irmaos Unamos nossas forças pra que possamos salvar mais dalits possiveis para o Reino de Deus

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