Este assunto já deveria ter sido resolvido no Brasil se tivessemos pessoas sérias cuidando da Educação.
Não interessa dizer que as coisas estão sendo encaminhadas e que logo tudo será resolvido.
O problema não é financeiro, então porque os recursos não são aplicados na educação?
Resposta: Acredito que os recursos estão sendo aplicados em áreas escuras ou ocultas, talves no bolso, na cueca ou em alguma conta bancária desconhecida.
O fato é que o Brasil não tem interesse em aumentar a faixa da população nas classes B e A, até C ainda é aceitável, mas subir nunca.
Com esta mentalidade de poder e opressão, fica difícil algum cidadão brasileiro progredir, a não ser por meios ilícitos, tais como, roubo, enganação, corrupção, estelionato,etc.
Penso que combater o currículo oculto neste país será fazer uma verdadeira declaração de guerra aos poderes dominantes brasileiros e eu não falo do presidente e sim dos verdadeiros governantes.
Homens que decidem e estão acima do "bem e do mal".
Ed
30/03/2010 - 11h23
Da Band News
Alunos de uma escola estadual no Rio Grande do Sul ( Brasil) estão sendo obrigados a estudar em salas de aula de contêineres: em dias muito quentes, estudantes e professores comparam o local a uma estufa.
Instalações improvisadas são comuns também em outras cidades. Em Caxias (MA), os alunos estão sendo obrigados a dividir espaço com animais, dentro de um curral. Os problemas de higiene causam riscos à saúde dos adolescentes.
Assista: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/03/30/criancas-sao-obrigadas-a-estudar-em-salas-de-aula-improvisadas-assista.jhtm
Visitante
Saiba tudo sobre a situação da criança no mundo. Clik aqui para traduzir o Blog. Obrigado.
Clik para ouvir !!!
terça-feira, 30 de março de 2010
segunda-feira, 29 de março de 2010
4,1 MILHÕES DE CRIANÇAS E JOVENS ESTÃO FORA DA ESCOLA NO BRASIL, DIZ SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO BÁSICA
29/03/2010 - 20h41
Simone Harnik
Em Brasília
Mais de 4,1 milhões de crianças e jovens em idade escolar (de 4 a 17 anos) estão fora das salas de aula. A informação é da secretária da Educação Básica do MEC (Ministério da Educação), Maria do Pilar Lacerda, baseada na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Deste total, 3,5 milhões têm 4 ou 5 anos ou já são adolescentes com 15 a 17 anos. A inclusão destas duas faixas etárias no sistema de ensino passou a ser obrigatória somente a partir do ano passado, com a aprovação da Emenda Constitucional 59 - que também determinou o fim gradual da DRU (Desvinculação das Receitas da União). Os Estados e municípios têm prazo até 2016 para fazer a inclusão destes potenciais alunos no sistema de ensino.
De acordo com Pilar, outros 680 mil jovens, com 7 a 14 anos, também não frequentam as salas de aula. "Eles são 2% das crianças nessa faixa etária, que o governo faz busca ativa para incluir", afirma. Esta faixa etária, no entanto, já deveria estar integralmente incluída nos colégios de todo o país.
A secretaria explica que estes 680 mil não matriculados são, em sua maioria, pessoas com deficiências, jovens do campo ou de populações ribeirinhas, com dificuldades de acesso à rede.
Novo levatamento de dados
Pilar afirma que um novo levantamento com os problemas na oferta de vagas em cada rede de ensino deverá ficar pronto até maio. Informações mais precisas são fundamentais porque, de acordo com ela, há muita diferença entre os municípios e Estados.
“A cidade de Pará de Minas tem 100% das crianças matriculadas em escolas de educação infantil, enquanto há estados ricos que não têm 50%”, disse.
A universalização do ensino é um dos temas em debate na Conae (Conferência Nacional de Educação), realizada em Brasília até a próxima quinta-feira (1º). Uma das metas da reunião é tirar as diretrizes para um sistema nacional de educação.
Simone Harnik
Em Brasília
Mais de 4,1 milhões de crianças e jovens em idade escolar (de 4 a 17 anos) estão fora das salas de aula. A informação é da secretária da Educação Básica do MEC (Ministério da Educação), Maria do Pilar Lacerda, baseada na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Deste total, 3,5 milhões têm 4 ou 5 anos ou já são adolescentes com 15 a 17 anos. A inclusão destas duas faixas etárias no sistema de ensino passou a ser obrigatória somente a partir do ano passado, com a aprovação da Emenda Constitucional 59 - que também determinou o fim gradual da DRU (Desvinculação das Receitas da União). Os Estados e municípios têm prazo até 2016 para fazer a inclusão destes potenciais alunos no sistema de ensino.
De acordo com Pilar, outros 680 mil jovens, com 7 a 14 anos, também não frequentam as salas de aula. "Eles são 2% das crianças nessa faixa etária, que o governo faz busca ativa para incluir", afirma. Esta faixa etária, no entanto, já deveria estar integralmente incluída nos colégios de todo o país.
A secretaria explica que estes 680 mil não matriculados são, em sua maioria, pessoas com deficiências, jovens do campo ou de populações ribeirinhas, com dificuldades de acesso à rede.
Novo levatamento de dados
Pilar afirma que um novo levantamento com os problemas na oferta de vagas em cada rede de ensino deverá ficar pronto até maio. Informações mais precisas são fundamentais porque, de acordo com ela, há muita diferença entre os municípios e Estados.
“A cidade de Pará de Minas tem 100% das crianças matriculadas em escolas de educação infantil, enquanto há estados ricos que não têm 50%”, disse.
A universalização do ensino é um dos temas em debate na Conae (Conferência Nacional de Educação), realizada em Brasília até a próxima quinta-feira (1º). Uma das metas da reunião é tirar as diretrizes para um sistema nacional de educação.
domingo, 28 de março de 2010
Casal Nardoni é condenado pela morte da menina Isabella
da Folha Online
27/03/2010 - 00h28
Atualizado às 00h41.
O pai e a madrasta de Isabella Nardoni, foram condenados pela morte da menina, em júri popular que terminou na madrugada deste sábado. Os jurados entenderam que a menina foi asfixiada e jogada do sexto andar do prédio onde moravam Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo, em março de 2008.
O casal foi condenado por homicídio triplamente qualificado e fraude processual (por ter alterado a cena do crime). De acordo com a sentença, no total, Alexandre foi condenado a 31 anos, um mês e dez dias de prisão por homicídio triplamente qualificado, pelo fato de ter sido cometido contra menor de 14 anos e agravado por ser contra descendente. Ele também foi condenado a oito meses pelo crime de fraude processual, em regime semiaberto.
Já Anna Carolina foi condenada a 26 anos e oito meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado, cometido contra menor de 14 anos, e mais oito meses pelo crime de fraude processual, também em regime semiaberto.
A defesa já recorreu, mas o casal não poderá aguardar a decisão em liberdade.
Enquanto o juiz Maurício Fossen lia a sentença, Alexandre Nardoni olhava para o chão --ele chorou desde que ouviu a condenação. Anna Jatobá olhava para o juiz durante a leitura e chorou somente ao final dela. A sentença acabou de ser lida à 0h40 pelo juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri do fórum de Santana (zona norte de São Paulo).
Na sentença, Fossen afirma que o crime teve a "presença de uma frieza emocional e uma insensibilidade acentuada por parte dos réus, os quais, após terem passado um dia relativamente tranquilo ao lado da vítima, passeando com ela pela cidade e visitando parentes, teriam, ao final do dia, investido de forma covarde contra a mesma, como se não possuíssem qualquer vínculo afetivo ou emocional com ela". Para Fossen, o "desequilíbrio emocional demonstrado pelos réus constituiu a mola propulsora para a prática do homicídio".
Ao menos 4 dos 7 jurados que integravam o conselho de sentença foram favoráveis à condenação do casal. Segundo o promotor Francisco Cembranelli, o juiz Maurício Fossen interrompeu a votação, após o quarto voto favorável, para manter o sigilo dos jurados.
Os réus, que não usaram algemas ao longo do júri --que havia começado na segunda-feira (22)--, entraram algemados no plenário para a leitura da sentença. Alexandre e Anna Carolina já estão presos há quase dois anos, logo após a morte da criança. Eles saíram do fórum e seguiram direto para Tremembé (147 km de São Paulo), onde estavam detidos.
Do lado externo do fórum, cerca de 200 pessoas acompanhavam o fim do julgamento, segundo a Polícia Militar. Ao ouvir a condenação, manifestantes soltaram rojões.
Dia a dia
O julgamento do casal começou na segunda (22), quando a mãe de Isabella foi ouvida. Após depoimento, ela ficou retida a pedido da defesa do casal Nardoni, que avaliava pedir uma acareação com os réus. Incomunicável, Ana Carolina Oliveira foi diagnosticada com estado agudo de estresse e liberada das dependências da Justiça na manhã de quinta.
No total, sete testemunhas prestaram depoimento
Na terça (23), informações técnicas marcaram o segundo dia do júri. Foram ouvidas três pessoas : a delegada Renata Helena Silva Pontes, o médico-legista Paulo Sérgio Tieppo Alves --ambos testemunhas comuns à defesa e à acusação--, e o perito Luís Eduardo Carvalho, que veio da Bahia convocado pela Promotoria.
Anna e Alexandre são levados por policiais após terem a prisão decretada em 2008
A delegada deu informações sobre as investigações e disse que indiciou o casal por ter certeza da culpa do pai e da madrasta na morte de Isabella. O médico-legista reafirmou que a menina foi ferida na testa, esganada, arremessada contra o chão e jogada do sexto andar do prédio onde moravam os acusados. O perito Luís Eduardo Carvalho Dórea, convocado pela Promotoria, fechou os depoimentos.
Na quarta (24), o júri foi reiniciado com o depoimento da perita Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística. Testemunha comum à defesa e à acusação, ela foi ouvida das 10h25 às 17h, com uma pausa de aproximadamente uma hora para almoço.
À Justiça a perita afirmou que testes apontam que Nardoni jogou a filha do sexto andar do edifício London, onde morava com Anna Jatobá, madrasta de Isabella.
Os réus foram interrogados no quinto dia do júri. Ambos negaram envolvimento na morte da menina.
Nesta sexta ocorreram os debates entre acusação e defesa. O promotor Francisco Cembranelli chamou o casal de mentiroso, tentou mostrar que Alexandre e Anna Jatobá estavam no apartamento no momento da queda da menina e que viviam uma relação conturbada. Já o advogado Roberto Podval contestou dados técnicos e usou detalhes, como um fio de cabelo, para sustentar falhas da perícia.
Ao longo dos dias, muitas pessoas foram até o fórum de Santana para protestar ou para tentar assistir ao júri. A plateia do 2º Tribunal do Júri tem capacidade para 77 pessoas --reservada a jornalistas, assistentes da Promotoria e dos advogados da defesa, além de familiares dos réus e da vítima. O público era autorizado a entrar no plenário pela manhã e à tarde, após a pausa para almoço. O número era determinado pelo juiz.
27/03/2010 - 00h28
Atualizado às 00h41.
O pai e a madrasta de Isabella Nardoni, foram condenados pela morte da menina, em júri popular que terminou na madrugada deste sábado. Os jurados entenderam que a menina foi asfixiada e jogada do sexto andar do prédio onde moravam Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo, em março de 2008.
O casal foi condenado por homicídio triplamente qualificado e fraude processual (por ter alterado a cena do crime). De acordo com a sentença, no total, Alexandre foi condenado a 31 anos, um mês e dez dias de prisão por homicídio triplamente qualificado, pelo fato de ter sido cometido contra menor de 14 anos e agravado por ser contra descendente. Ele também foi condenado a oito meses pelo crime de fraude processual, em regime semiaberto.
Já Anna Carolina foi condenada a 26 anos e oito meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado, cometido contra menor de 14 anos, e mais oito meses pelo crime de fraude processual, também em regime semiaberto.
A defesa já recorreu, mas o casal não poderá aguardar a decisão em liberdade.
Enquanto o juiz Maurício Fossen lia a sentença, Alexandre Nardoni olhava para o chão --ele chorou desde que ouviu a condenação. Anna Jatobá olhava para o juiz durante a leitura e chorou somente ao final dela. A sentença acabou de ser lida à 0h40 pelo juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri do fórum de Santana (zona norte de São Paulo).
Na sentença, Fossen afirma que o crime teve a "presença de uma frieza emocional e uma insensibilidade acentuada por parte dos réus, os quais, após terem passado um dia relativamente tranquilo ao lado da vítima, passeando com ela pela cidade e visitando parentes, teriam, ao final do dia, investido de forma covarde contra a mesma, como se não possuíssem qualquer vínculo afetivo ou emocional com ela". Para Fossen, o "desequilíbrio emocional demonstrado pelos réus constituiu a mola propulsora para a prática do homicídio".
Ao menos 4 dos 7 jurados que integravam o conselho de sentença foram favoráveis à condenação do casal. Segundo o promotor Francisco Cembranelli, o juiz Maurício Fossen interrompeu a votação, após o quarto voto favorável, para manter o sigilo dos jurados.
Os réus, que não usaram algemas ao longo do júri --que havia começado na segunda-feira (22)--, entraram algemados no plenário para a leitura da sentença. Alexandre e Anna Carolina já estão presos há quase dois anos, logo após a morte da criança. Eles saíram do fórum e seguiram direto para Tremembé (147 km de São Paulo), onde estavam detidos.
Do lado externo do fórum, cerca de 200 pessoas acompanhavam o fim do julgamento, segundo a Polícia Militar. Ao ouvir a condenação, manifestantes soltaram rojões.
Dia a dia
O julgamento do casal começou na segunda (22), quando a mãe de Isabella foi ouvida. Após depoimento, ela ficou retida a pedido da defesa do casal Nardoni, que avaliava pedir uma acareação com os réus. Incomunicável, Ana Carolina Oliveira foi diagnosticada com estado agudo de estresse e liberada das dependências da Justiça na manhã de quinta.
No total, sete testemunhas prestaram depoimento
Na terça (23), informações técnicas marcaram o segundo dia do júri. Foram ouvidas três pessoas : a delegada Renata Helena Silva Pontes, o médico-legista Paulo Sérgio Tieppo Alves --ambos testemunhas comuns à defesa e à acusação--, e o perito Luís Eduardo Carvalho, que veio da Bahia convocado pela Promotoria.
Anna e Alexandre são levados por policiais após terem a prisão decretada em 2008
A delegada deu informações sobre as investigações e disse que indiciou o casal por ter certeza da culpa do pai e da madrasta na morte de Isabella. O médico-legista reafirmou que a menina foi ferida na testa, esganada, arremessada contra o chão e jogada do sexto andar do prédio onde moravam os acusados. O perito Luís Eduardo Carvalho Dórea, convocado pela Promotoria, fechou os depoimentos.
Na quarta (24), o júri foi reiniciado com o depoimento da perita Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística. Testemunha comum à defesa e à acusação, ela foi ouvida das 10h25 às 17h, com uma pausa de aproximadamente uma hora para almoço.
À Justiça a perita afirmou que testes apontam que Nardoni jogou a filha do sexto andar do edifício London, onde morava com Anna Jatobá, madrasta de Isabella.
Os réus foram interrogados no quinto dia do júri. Ambos negaram envolvimento na morte da menina.
Nesta sexta ocorreram os debates entre acusação e defesa. O promotor Francisco Cembranelli chamou o casal de mentiroso, tentou mostrar que Alexandre e Anna Jatobá estavam no apartamento no momento da queda da menina e que viviam uma relação conturbada. Já o advogado Roberto Podval contestou dados técnicos e usou detalhes, como um fio de cabelo, para sustentar falhas da perícia.
Ao longo dos dias, muitas pessoas foram até o fórum de Santana para protestar ou para tentar assistir ao júri. A plateia do 2º Tribunal do Júri tem capacidade para 77 pessoas --reservada a jornalistas, assistentes da Promotoria e dos advogados da defesa, além de familiares dos réus e da vítima. O público era autorizado a entrar no plenário pela manhã e à tarde, após a pausa para almoço. O número era determinado pelo juiz.
sexta-feira, 26 de março de 2010
Nervosa, madrasta de Isabella é retirada do plenário
26/03/2010 - 17h34
Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias
Em São PauloA madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, teve que ser retirada do plenário onde acontece o quinto dia do julgamento do caso Isabella, em que Jatobá e Alexandre Nardoni são acusados de atirar a menina do 6º andar do edifício London, em março de 2008.
Advogado de defesa admite que chances do casal Nardoni são pequenas
1º DIA: Ana Oliveira chora e relata ciúmes de Jatobá
2º DIA: Peritos falam e fotos de corpo chocam
3º DIA: Pai de Anna Carolina Jatobá reafirma inocência do casal Nardoni no Fórum de Santana
4º DIA: Nardoni afirma que encostou na janela do apartamento com filho no colo para procurar Isabella
Jatobá foi retirada por volta das 16h30, acompanhada de oficiais de Justiça, visivelmente nervosa durante os debates da defesa.
Esta sexta-feira (26) é destinada aos debates e réplicas entre o promotor Francisco Cembranelli e o advogado de defesa, Roberto Podval. O quinto dia do julgamento começou às 10h26 de hoje, com a fala do promotor. Cembranelli terminou de falar por volta de 13h e houve uma pausa para almoço. Depois disso, a defesa começou sua exposição e o promotor adiantou que pediria réplica.
O promotor afirmou que o casal Nardoni estava no apartamento quando a menina Isabella foi atirada pela janela. Segundo ele, a perícia demonstra que "os Nardonis são mentirosos" e não conseguem contestar provas técnicas.
Também de acordo com o promotor, os depoimentos das testemunhas indicam que a madrasta Anna Carolina Jatobá tinha "rompantes e descontroles". Cembranelli ainda ironizou a versão da defesa de que uma terceira pessoa teria cometido o crime.
Em seguida, Roberto Podval usou um outro "mistério" para defender que nenhuma prova pode ligar Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá à morte da menina Isabella. Em suas duas horas e meia nos debates entre acusação e defesa, Podval afirmou que, assim como os pais de Madeleine MacCann, que foram acusados pelo sumiço da menina em Portugal, pai e madrasta de Isabella não podem ser condenados por um crime do qual se dizem inocentes.
"Disseram que o pai de Madeleine teria dado um remédio para ela. Qual a prova? É que nem essas presunções todas. A perícia não chegou na autoria. Eles apenas presumem. Quem asfixiou? O promotor não tem certeza. Aí fica a sociedade clamando Justiça. A nossa sociedade não pode permitir isso", pediu Podval aos jurados, para que absolvam o casal.
Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias
Em São PauloA madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, teve que ser retirada do plenário onde acontece o quinto dia do julgamento do caso Isabella, em que Jatobá e Alexandre Nardoni são acusados de atirar a menina do 6º andar do edifício London, em março de 2008.
Advogado de defesa admite que chances do casal Nardoni são pequenas
1º DIA: Ana Oliveira chora e relata ciúmes de Jatobá
2º DIA: Peritos falam e fotos de corpo chocam
3º DIA: Pai de Anna Carolina Jatobá reafirma inocência do casal Nardoni no Fórum de Santana
4º DIA: Nardoni afirma que encostou na janela do apartamento com filho no colo para procurar Isabella
Jatobá foi retirada por volta das 16h30, acompanhada de oficiais de Justiça, visivelmente nervosa durante os debates da defesa.
Esta sexta-feira (26) é destinada aos debates e réplicas entre o promotor Francisco Cembranelli e o advogado de defesa, Roberto Podval. O quinto dia do julgamento começou às 10h26 de hoje, com a fala do promotor. Cembranelli terminou de falar por volta de 13h e houve uma pausa para almoço. Depois disso, a defesa começou sua exposição e o promotor adiantou que pediria réplica.
O promotor afirmou que o casal Nardoni estava no apartamento quando a menina Isabella foi atirada pela janela. Segundo ele, a perícia demonstra que "os Nardonis são mentirosos" e não conseguem contestar provas técnicas.
Também de acordo com o promotor, os depoimentos das testemunhas indicam que a madrasta Anna Carolina Jatobá tinha "rompantes e descontroles". Cembranelli ainda ironizou a versão da defesa de que uma terceira pessoa teria cometido o crime.
Em seguida, Roberto Podval usou um outro "mistério" para defender que nenhuma prova pode ligar Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá à morte da menina Isabella. Em suas duas horas e meia nos debates entre acusação e defesa, Podval afirmou que, assim como os pais de Madeleine MacCann, que foram acusados pelo sumiço da menina em Portugal, pai e madrasta de Isabella não podem ser condenados por um crime do qual se dizem inocentes.
"Disseram que o pai de Madeleine teria dado um remédio para ela. Qual a prova? É que nem essas presunções todas. A perícia não chegou na autoria. Eles apenas presumem. Quem asfixiou? O promotor não tem certeza. Aí fica a sociedade clamando Justiça. A nossa sociedade não pode permitir isso", pediu Podval aos jurados, para que absolvam o casal.
Tensão aumenta diante do fórum onde casal Nardoni é julgado; polícia pede que curiosos deixem o local
26/03/2010 - 16h30
Thiago Chaves-Scarelli
Do UOL Notícias
Em São Paulo
PM aumentará efetivo para conter curiosos
Homem protesta em favor do casal Nardoni e é vaiado por pessoas na porta do fórum
À espera pelo veredicto sobre o futuro de Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, acusados de assassinarem a menina Isabella, morta aos 5 anos de idade, dezenas de pessoas se aglomeravam na tarde desta sexta-feira (26) diante do Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo. Pelo menos dois episódios de agressões física e verbal aconteceram enquanto havia um raro pedido de perdão para os réus.
Entre manifestantes, jornalistas e curiosos, mais de 150 pessoas estão presentes no local. "Vocês estão crucificando essas pessoas igual crucificaram Jesus Cristo", gritou a vendedora Ray Lemos da Mata, 42.
"Se o Nardoni não for condenado, a gente mata ele aqui fora", respondeu o comerciante Carlos Alexandre de Oliveira, 57, que disse ter viajado de Fortaleza para São Paulo na madrugada de hoje só para acompanhar a decisão.
Mais sobre o julgamento
O responsável pela segurança interna do fórum, o capitão Kiryu, da polícia militar, tentava afastar as pessoas da porta do tribunal: "Quem não tiver o que fazer aqui, vá para casa".
A coronel da PM Ricardo de Souza confirmou ao UOL Notícias que, em virtude da expectativa de tumulto na noite de hoje, o efetivo policial de 35 agentes que tem acompanhado o julgamento será reforçado.
Pró e contra
Depois do momento de tensão, a reportagem procurou Ray e Carlos para questionar suas opiniões - e ambos disseram se interessar pelo caso porque viveram caso semelhante na família.
"Cheguei hoje às seis da manhã na rodoviária de São Paulo. Desde o começo eu me interesso. Quando a garota foi jogada, no dia seguinte eu fui visitar o prédio", afirmou Carlos.
Por que tanto interesse? "Vivi um caso semelhante. A gente sente como se fosse da família", acrescentou. "É por isso que a gente larga tudo o que tem para fazer e vem acompanhar".
Ray Lemos da Mata também disse já ter vivido caso parecido - mas, ao contrário de Carlos, acredita na inocência dos réus.
"Acredito plenamente que eles são inocentes. Já vi essa situação. Um familiar foi acusado e preso sem razão, mas depois foi feita justiça", conta ela. "Todo dia que eu vejo esse caso, revivo a outra história".
"Eles são inocentes, Deus vai mostrar quem foi o assassino", defende. "Como pode uma família matar um filho assim? Não é possível."
Questionada se não tinha medo de ser agredida pelos demais, a maioria com camisetas e cartazes contra os Nardoni, ela respondeu: "Se eles me lincharem, eu lincho eles de volta. Não levo desaforo pra casa".
Thiago Chaves-Scarelli
Do UOL Notícias
Em São Paulo
PM aumentará efetivo para conter curiosos
Homem protesta em favor do casal Nardoni e é vaiado por pessoas na porta do fórum
À espera pelo veredicto sobre o futuro de Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, acusados de assassinarem a menina Isabella, morta aos 5 anos de idade, dezenas de pessoas se aglomeravam na tarde desta sexta-feira (26) diante do Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo. Pelo menos dois episódios de agressões física e verbal aconteceram enquanto havia um raro pedido de perdão para os réus.
Entre manifestantes, jornalistas e curiosos, mais de 150 pessoas estão presentes no local. "Vocês estão crucificando essas pessoas igual crucificaram Jesus Cristo", gritou a vendedora Ray Lemos da Mata, 42.
"Se o Nardoni não for condenado, a gente mata ele aqui fora", respondeu o comerciante Carlos Alexandre de Oliveira, 57, que disse ter viajado de Fortaleza para São Paulo na madrugada de hoje só para acompanhar a decisão.
Mais sobre o julgamento
O responsável pela segurança interna do fórum, o capitão Kiryu, da polícia militar, tentava afastar as pessoas da porta do tribunal: "Quem não tiver o que fazer aqui, vá para casa".
A coronel da PM Ricardo de Souza confirmou ao UOL Notícias que, em virtude da expectativa de tumulto na noite de hoje, o efetivo policial de 35 agentes que tem acompanhado o julgamento será reforçado.
Pró e contra
Depois do momento de tensão, a reportagem procurou Ray e Carlos para questionar suas opiniões - e ambos disseram se interessar pelo caso porque viveram caso semelhante na família.
"Cheguei hoje às seis da manhã na rodoviária de São Paulo. Desde o começo eu me interesso. Quando a garota foi jogada, no dia seguinte eu fui visitar o prédio", afirmou Carlos.
Por que tanto interesse? "Vivi um caso semelhante. A gente sente como se fosse da família", acrescentou. "É por isso que a gente larga tudo o que tem para fazer e vem acompanhar".
Ray Lemos da Mata também disse já ter vivido caso parecido - mas, ao contrário de Carlos, acredita na inocência dos réus.
"Acredito plenamente que eles são inocentes. Já vi essa situação. Um familiar foi acusado e preso sem razão, mas depois foi feita justiça", conta ela. "Todo dia que eu vejo esse caso, revivo a outra história".
"Eles são inocentes, Deus vai mostrar quem foi o assassino", defende. "Como pode uma família matar um filho assim? Não é possível."
Questionada se não tinha medo de ser agredida pelos demais, a maioria com camisetas e cartazes contra os Nardoni, ela respondeu: "Se eles me lincharem, eu lincho eles de volta. Não levo desaforo pra casa".
quinta-feira, 25 de março de 2010
Denúncia: Crianças são vendidas no Brasil(Programa Conexão Reporter - Roberto Cabrini)
É impressionante como, no Brasil, a violência contra a criança é praticada a céu aberto.
Parece que autoridades e pessoas comuns não medem as consequências de suas atitudes.
Não observam as leis e acreditam realmente que não serão punidos!
Posso fazer uma perguntinha?...
O crime realmente compensa?
Porque um ladrão vai para uma cela comum e uma autoridade que pratica o mesmo crime não?
Até quando vamos aceitar leis que protegem o criminoso que acupa cargos de autoridade neste país?
Até quando vamos continuar financiando pessoas e partidos que só lutam pelos seus próprios interesses escarnecendo uma população lutadora?
Escarnecer segundo o dicionário Aurélio: v.t. Fazer escárnio de; censurar sem piedade, ridicularizar; zombar, mofar, fazer pouco de (alguém); escarnir.
Quem são esses homens que se apresentam como candidatos ao governo de nosso país?
O que eles pensam sobre essa violência monstruosa contra a criança brasileira e mundial?
Temos que obrigatóriamente votar neles?
Ed
Como foi a investigação sobre a venda de crianças em território brasileiro:
`Como chegamos até o grupo de aliciadores
O primeiro contato para começar a matéria de Tráfico de Crianças foi com o Ministério Público para saber se já havia alguma investigação em andamento. Paralelamente, começamos a buscar em sites de relacionamentos comunidades sobre o tema.
A primeira observação foi sobre a existência de "olheiros", ou seja, quem ajuda os aliciadores a encontrar novos "clientes".
O contato, com o apoio do Gaeco, aconteceu após uma semana com uma dessas olheiras. A aliciadora nos respondeu ainda no site de relacionamentos, e partimos para o primeiro encontro.
Com uma microcâmera nossa produção formou um casal, mas o contato seria feito principalmente por uma "amiga" da família interessada em adotar a criança. Logo depois do encontro com a aliciadora, o mecanismo usado pelo grupo ficou mais claro: ele atuava em outros Estados, nesse caso no interior da Bahia.
O esquema era simples: a aliciadora mantinha contato com os "clientes" para ganhar confiança. Enquanto isso, na Bahia, uma outra pessoa se encarregava de encontrar uma grávida para convence-la a ceder o filho em troca de pequenas quantias em dinheiro, promessas de emprego e para isso coagiam emocionalmente as mulheres.
Em São Paulo, um braço dessa organização. Um médico fazia a declaração falsa alterando a identidade da verdadeira mãe, possibilitando assim que a certidão de nascimento da criança fosse em nome dos pais adotivos, no caso nossos produtores, como se fossem os genitores.
Ao longo de 4 meses de investigação, nossa produção depositou R$ 1 mil na conta da aliciadora. Segundo ela, seria para cuidar da grávida, que nos foi apresentada em uma viagem até Encruzilhada (BA), com a vereadora da cidade - nesse encontro, ainda não havíamos comunicado às aliciadoras que eramos jornalistas.
Ainda no interior da Bahia a vereadora nos apresentou a jovem grávida, já conhecida sua do hospital onde ela trabalha como enfermeira.
Com o conhecimento do Ministério Público, todas as conversas foram gravadas. Em um segundo encontro com a vereadora, quando a questionamos sobre sua atuação no grupo de aliciadores para adoção ilegal de crianças (ato negador por ela) e assumimos a postura de jornalistas em busca de uma reportagem, constatamos com a grávida que o dinheiro depositado na conta da aliciadora nunca foi repassado para os cuidados do bebê.
Em São Paulo, Cabrini foi ao encontro da olheira, que se contradiz em relação a sua atuação no grupo de tráfico de crianças.
Parece que autoridades e pessoas comuns não medem as consequências de suas atitudes.
Não observam as leis e acreditam realmente que não serão punidos!
Posso fazer uma perguntinha?...
O crime realmente compensa?
Porque um ladrão vai para uma cela comum e uma autoridade que pratica o mesmo crime não?
Até quando vamos aceitar leis que protegem o criminoso que acupa cargos de autoridade neste país?
Até quando vamos continuar financiando pessoas e partidos que só lutam pelos seus próprios interesses escarnecendo uma população lutadora?
Escarnecer segundo o dicionário Aurélio: v.t. Fazer escárnio de; censurar sem piedade, ridicularizar; zombar, mofar, fazer pouco de (alguém); escarnir.
Quem são esses homens que se apresentam como candidatos ao governo de nosso país?
O que eles pensam sobre essa violência monstruosa contra a criança brasileira e mundial?
Temos que obrigatóriamente votar neles?
Ed
Como foi a investigação sobre a venda de crianças em território brasileiro:
`Como chegamos até o grupo de aliciadores
O primeiro contato para começar a matéria de Tráfico de Crianças foi com o Ministério Público para saber se já havia alguma investigação em andamento. Paralelamente, começamos a buscar em sites de relacionamentos comunidades sobre o tema.
A primeira observação foi sobre a existência de "olheiros", ou seja, quem ajuda os aliciadores a encontrar novos "clientes".
O contato, com o apoio do Gaeco, aconteceu após uma semana com uma dessas olheiras. A aliciadora nos respondeu ainda no site de relacionamentos, e partimos para o primeiro encontro.
Com uma microcâmera nossa produção formou um casal, mas o contato seria feito principalmente por uma "amiga" da família interessada em adotar a criança. Logo depois do encontro com a aliciadora, o mecanismo usado pelo grupo ficou mais claro: ele atuava em outros Estados, nesse caso no interior da Bahia.
O esquema era simples: a aliciadora mantinha contato com os "clientes" para ganhar confiança. Enquanto isso, na Bahia, uma outra pessoa se encarregava de encontrar uma grávida para convence-la a ceder o filho em troca de pequenas quantias em dinheiro, promessas de emprego e para isso coagiam emocionalmente as mulheres.
Em São Paulo, um braço dessa organização. Um médico fazia a declaração falsa alterando a identidade da verdadeira mãe, possibilitando assim que a certidão de nascimento da criança fosse em nome dos pais adotivos, no caso nossos produtores, como se fossem os genitores.
Ao longo de 4 meses de investigação, nossa produção depositou R$ 1 mil na conta da aliciadora. Segundo ela, seria para cuidar da grávida, que nos foi apresentada em uma viagem até Encruzilhada (BA), com a vereadora da cidade - nesse encontro, ainda não havíamos comunicado às aliciadoras que eramos jornalistas.
Ainda no interior da Bahia a vereadora nos apresentou a jovem grávida, já conhecida sua do hospital onde ela trabalha como enfermeira.
Com o conhecimento do Ministério Público, todas as conversas foram gravadas. Em um segundo encontro com a vereadora, quando a questionamos sobre sua atuação no grupo de aliciadores para adoção ilegal de crianças (ato negador por ela) e assumimos a postura de jornalistas em busca de uma reportagem, constatamos com a grávida que o dinheiro depositado na conta da aliciadora nunca foi repassado para os cuidados do bebê.
Em São Paulo, Cabrini foi ao encontro da olheira, que se contradiz em relação a sua atuação no grupo de tráfico de crianças.
O que ainda deve acontecer no Caso Isabella?
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são réus por homicídio triplamente qualificado e fraude processual. O julgamento teve início nesta segunda-feira (22), quando o casal se encontrou pela primeira vez desde maio de 2008, e deve durar até o final desta semana.
O casal é julgado por quatro mulheres e três homens, sorteados no primeiro dia de sessão. Destes, cinco nunca participaram de um júri.
Em seguida, foram tomados os depoimentos das testemunhas. Os réus são os últimos a serem ouvidos. Depois, ocorrem os debates, quando defesa e acusação apresentam seus argumentos. São duas horas e meia para cada (por se tratarem de dois réus), o que deve ocupar toda a sessão de sexta-feira (26). Se o Ministério Público pedir réplica, de duas horas, a defesa tem direito à tréplica, também de duas horas.
Ao final, o júri se reúne em uma sala secreta para responder a quesitos formulados pelo juiz. Eles decidirão se o casal cometeu o crime, se pode ser considerado culpado pela atitude, e se há agravantes ou atenuantes, como ser réu primário. De posse do veredicto, se houver condenação, o juiz dosa a pena com base no Código Penal. Se houver absolvição, os Nardoni deixam o tribunal livres. A sentença deve sair ainda na noite de sexta.
Primeiros dias de julgamento
No primeiro dia do júri, prestou depoimento Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella. Ela chorou por pelo menos três vezes, provocou o choro de ambos os réus e relatou o amor de Alexandre pela filha e o ciúme que a madrasta teria da relação do marido com a menina e com sua ex-mulher.
O segundo dia de júri foi marcado pelas fotos do corpo de Isabella no IML (Instituto Médico Legal), que chocaram muitos dos presentes. Um dos peritos convocados disse que alguém tentou calar os gritos de Isabella, que morreu de asfixia, fruto de uma esganadura, e da queda do prédio. Pouco antes, ela teria sido atirada com força ao chão, segundo a perícia.
Já o terceiro dia de julgamento finalizou a fase das oitivas das testemunhas, com a desistência da defesa em ouvir os depoimentos que havia convocado. Pela acusação, a perita Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística, afirmou que marcas na camiseta de Alexandre Nardoni são compatíveis com as de alguém que atirou Isabella pela janela do apartamento. Irônica, ela provocou a reação indignada do réu.
O casal é julgado por quatro mulheres e três homens, sorteados no primeiro dia de sessão. Destes, cinco nunca participaram de um júri.
Em seguida, foram tomados os depoimentos das testemunhas. Os réus são os últimos a serem ouvidos. Depois, ocorrem os debates, quando defesa e acusação apresentam seus argumentos. São duas horas e meia para cada (por se tratarem de dois réus), o que deve ocupar toda a sessão de sexta-feira (26). Se o Ministério Público pedir réplica, de duas horas, a defesa tem direito à tréplica, também de duas horas.
Ao final, o júri se reúne em uma sala secreta para responder a quesitos formulados pelo juiz. Eles decidirão se o casal cometeu o crime, se pode ser considerado culpado pela atitude, e se há agravantes ou atenuantes, como ser réu primário. De posse do veredicto, se houver condenação, o juiz dosa a pena com base no Código Penal. Se houver absolvição, os Nardoni deixam o tribunal livres. A sentença deve sair ainda na noite de sexta.
Primeiros dias de julgamento
No primeiro dia do júri, prestou depoimento Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella. Ela chorou por pelo menos três vezes, provocou o choro de ambos os réus e relatou o amor de Alexandre pela filha e o ciúme que a madrasta teria da relação do marido com a menina e com sua ex-mulher.
O segundo dia de júri foi marcado pelas fotos do corpo de Isabella no IML (Instituto Médico Legal), que chocaram muitos dos presentes. Um dos peritos convocados disse que alguém tentou calar os gritos de Isabella, que morreu de asfixia, fruto de uma esganadura, e da queda do prédio. Pouco antes, ela teria sido atirada com força ao chão, segundo a perícia.
Já o terceiro dia de julgamento finalizou a fase das oitivas das testemunhas, com a desistência da defesa em ouvir os depoimentos que havia convocado. Pela acusação, a perita Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística, afirmou que marcas na camiseta de Alexandre Nardoni são compatíveis com as de alguém que atirou Isabella pela janela do apartamento. Irônica, ela provocou a reação indignada do réu.
Quarto dia de julgamento do Caso Isabella
25/03/2010 - 18h26Marcas em camiseta
Defesa desiste de fazer acareação entre réus e mãe de Isabella
Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias
Em São Paulo
No interrogatório, Nardoni, afirmou que, na tentativa de achar a filha Isabella no dia do crime, entrou no apartamento, não viu mais a filha dormindo, foi imediatamente ao quarto dos irmãos quando viu a tela cortada. Com Pietro, outro filho do casal no colo, ficou de joelhos na cama e encostou o rosto na tela. “Não dava para passar a cabeça”, disse.
"A sua cabeça tem meio metro por acaso?", questionou Cembranelli, provocando a reação do advogado de defesa, Roberto Podval: "Faça o que é a sua obrigação". O juiz interveio novamente, dizendo que iria indeferir se houvese xingamento no tribunal.
O depoimento contraria o que diz o laudo da perícia técnica. A perita Rosângela Monteiro, do IC (Instituto de Criminalística), afirmou ao júri popular que as marcas na camiseta de Nardoni são as de alguém que encostou na tela de proteção com um peso de 25 quilos pendente para o lado de fora da janela. Para ela, foi ele quem jogou Isabella.
Choro e família
Ainda no depoimento, Nardoni afirmou que a mãe de Ana Oliveira, Rosa Oliveira, não queria o nascimento da neta, Isabella. “Eu briguei para ela nascer, porque a avó materna queria que ela [Ana Oliveira] abortasse. A Ana mesma não aceitava essa imposição da própria mãe”, afirmou. Neste momento, o avô José Araújo de Oliveira, sorriu, reprovando o depoimento. Nardoni ainda disse que Isabella era sua “princesinha”.
"Aquilo ali foi meu pior dia. Ali eu perdi tudo de mais valioso na minha vida. Ali eu perdi o chão. E ninguém estava acreditando no que estava acontecendo", disse Nardoni, que pediu ao juiz que pudesse falar diretamente aos jurados. O relato referia-se ao momento em que ele recebeu a notícia, já no hospital, de que a filha havia morrido.
Nardoni chorava, de frente ao juiz, quando pôde ver sua mãe, Cida, no plenário. Ela levantou, bateu no peito aos prantos, e disse: "Meu filho". Então, saiu e não voltou mais.
Abuso da polícia e acordo
Nardoni disse ainda que, depois da queda e da morte de Isabella, foi obrigado a passar a madrugada de domingo até segunda de manhã na delegacia, onde ele e Jatobá foram separados em duas salas. “Não desejo nem para o pior inimigo isso que passei e que estou passando hoje.”
Segundo o réu, delegados jogaram objetos nele. “Aí começou a sessão de xingamentos. Eu só falava que estava ali para ajudar e que eles podiam até me bater, mas teriam que responder por isso. Aí a Renata [Pontes, que relatou o boletim de ocorrência] pediu para algemar. Eles [os policiais] não estavam se conformando com aquilo”, disse.
Mais adiante, questionado pelo promotor Francisco Cembranelli se ele sabia o nome da professora e da pediatra de Isabella, Nardoni desconversou e começou a falar sobre o que teria acontecido em um interrogatório, que, segundo ele, contava inclusive com a presença do promotor.
"Eles mostraram a foto da minha filha no necrotério e houve uma proposta de acordo. Ele queria que eu assinasse um homicídio culposo e tirasse a minha esposa do processo. Eu disse que tava querendo descobrir a verdade. O doutor Calixto [Calil Filho, delegado] explicou qual era a diferença entre homicídio culposo e doloso”, afirmou.
O promotor questionou Nardoni se todos os que ele estava citando haviam participado daquela negociação e perguntou ao juiz o que tinha aquilo a ver com a pergunta que fora feita. “Eu só estou falando o que houve no interrogatório, no dia 18 de abril de 2008”, respondeu.
A defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá afirmou por volta das 18h20 desta quinta-feira (25) que não vai pedir uma acareação entre os réus e a mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina de Oliveira, que está isolada desde a segunda-feira (22), no Fórum de Santana, zona norte de São Paulo. As palavras foram ditas aos jornalistas pelos advogados Ricardo Martins e Roberto Podval.
Nardoni foi firme e ostensivo, diz jurista
Nardoni e Jatobá são acusados de participar da morte de Isabella Nardoni, que caiu da janela do 6º andar do edifício London, em março de 2008. Os motivos para desistir da acareção não foram esclarecidos pela defesa. Nesse momento o plenário está fazendo um pequeno recesso e deve ser retomado em breve o depoimento de Jatobá. Antes dela, quem prestou depoimento foi Nardoni.
Anna Carolina Jatobá, que fala no quarto dia do julgamento do caso, negou ter assassinado ou participado da morte da menina. “Não, é totalmente falso”, disse, muito nervosa, soluçando e gaguejando, aos jurados que decidem se ela e Alexandre Nardoni são culpados ou inocentes. O depoimento de Jatobá teve início às 16h20, logo após o término do interrogatório de Alexandre, e continua com as perguntas do juiz Maurício Fossen. Ainda podem questionar a ré a Promotoria, defesa e os jurados.
Durante seu depoimento, Alexandre Nardoni chorou, negou o crime, disse que teve desentendimentos no edifício London, onde tudo aconteceu em março de 2008, e que chegou a receber uma proposta de acordo para assumir sozinho um homicídio culposo (sem intenção de matar), livrando a mulher, Ana Carolina Jatobá, das acusações.
O promotor Francisco Cembranelli afirmou que o choro de Alexandre Nardoni não tem lágrimas e tentou, com suas perguntas, provar contradições em relação ao depoimento do pai sobre a morte da filha, Isabella.
O réu respondia às perguntas de forma nervosa e evasiva. A defesa usava a estratégia de perguntar ao promotor em que página do processo estavam as afirmações que ele usava para interrogar Nardoni. O promotor rebateu dizendo que isso era feito para dar tempo do réu pensar. No final, Cembranelli começava a dizer a página em que se baseava antes de perguntar.
Cembranelli perguntou se Alexandre traía Ana Oliveira com Jatobá, porque o primeiro encontro do casal aconteceu quando Isabella já tinha 11 meses. “Não traí”, disse Alexandre. Em seguida, o promotor perguntou se Nardoni, que não usava óculos, tinha problemas de visão: “Eu sempre usei óculos, o senhor não acompanha a minha vida”, retrucou o acusado. “Então, qual o seu problema de visão?” A resposta demorou a sair: “Ah, é, eu não enxergo de longe”. Maurício Fossen pediu o fim das perguntas irônicas.
Defesa desiste de fazer acareação entre réus e mãe de Isabella
Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias
Em São Paulo
No interrogatório, Nardoni, afirmou que, na tentativa de achar a filha Isabella no dia do crime, entrou no apartamento, não viu mais a filha dormindo, foi imediatamente ao quarto dos irmãos quando viu a tela cortada. Com Pietro, outro filho do casal no colo, ficou de joelhos na cama e encostou o rosto na tela. “Não dava para passar a cabeça”, disse.
"A sua cabeça tem meio metro por acaso?", questionou Cembranelli, provocando a reação do advogado de defesa, Roberto Podval: "Faça o que é a sua obrigação". O juiz interveio novamente, dizendo que iria indeferir se houvese xingamento no tribunal.
O depoimento contraria o que diz o laudo da perícia técnica. A perita Rosângela Monteiro, do IC (Instituto de Criminalística), afirmou ao júri popular que as marcas na camiseta de Nardoni são as de alguém que encostou na tela de proteção com um peso de 25 quilos pendente para o lado de fora da janela. Para ela, foi ele quem jogou Isabella.
Choro e família
Ainda no depoimento, Nardoni afirmou que a mãe de Ana Oliveira, Rosa Oliveira, não queria o nascimento da neta, Isabella. “Eu briguei para ela nascer, porque a avó materna queria que ela [Ana Oliveira] abortasse. A Ana mesma não aceitava essa imposição da própria mãe”, afirmou. Neste momento, o avô José Araújo de Oliveira, sorriu, reprovando o depoimento. Nardoni ainda disse que Isabella era sua “princesinha”.
"Aquilo ali foi meu pior dia. Ali eu perdi tudo de mais valioso na minha vida. Ali eu perdi o chão. E ninguém estava acreditando no que estava acontecendo", disse Nardoni, que pediu ao juiz que pudesse falar diretamente aos jurados. O relato referia-se ao momento em que ele recebeu a notícia, já no hospital, de que a filha havia morrido.
Nardoni chorava, de frente ao juiz, quando pôde ver sua mãe, Cida, no plenário. Ela levantou, bateu no peito aos prantos, e disse: "Meu filho". Então, saiu e não voltou mais.
Abuso da polícia e acordo
Nardoni disse ainda que, depois da queda e da morte de Isabella, foi obrigado a passar a madrugada de domingo até segunda de manhã na delegacia, onde ele e Jatobá foram separados em duas salas. “Não desejo nem para o pior inimigo isso que passei e que estou passando hoje.”
Segundo o réu, delegados jogaram objetos nele. “Aí começou a sessão de xingamentos. Eu só falava que estava ali para ajudar e que eles podiam até me bater, mas teriam que responder por isso. Aí a Renata [Pontes, que relatou o boletim de ocorrência] pediu para algemar. Eles [os policiais] não estavam se conformando com aquilo”, disse.
Mais adiante, questionado pelo promotor Francisco Cembranelli se ele sabia o nome da professora e da pediatra de Isabella, Nardoni desconversou e começou a falar sobre o que teria acontecido em um interrogatório, que, segundo ele, contava inclusive com a presença do promotor.
"Eles mostraram a foto da minha filha no necrotério e houve uma proposta de acordo. Ele queria que eu assinasse um homicídio culposo e tirasse a minha esposa do processo. Eu disse que tava querendo descobrir a verdade. O doutor Calixto [Calil Filho, delegado] explicou qual era a diferença entre homicídio culposo e doloso”, afirmou.
O promotor questionou Nardoni se todos os que ele estava citando haviam participado daquela negociação e perguntou ao juiz o que tinha aquilo a ver com a pergunta que fora feita. “Eu só estou falando o que houve no interrogatório, no dia 18 de abril de 2008”, respondeu.
A defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá afirmou por volta das 18h20 desta quinta-feira (25) que não vai pedir uma acareação entre os réus e a mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina de Oliveira, que está isolada desde a segunda-feira (22), no Fórum de Santana, zona norte de São Paulo. As palavras foram ditas aos jornalistas pelos advogados Ricardo Martins e Roberto Podval.
Nardoni foi firme e ostensivo, diz jurista
Nardoni e Jatobá são acusados de participar da morte de Isabella Nardoni, que caiu da janela do 6º andar do edifício London, em março de 2008. Os motivos para desistir da acareção não foram esclarecidos pela defesa. Nesse momento o plenário está fazendo um pequeno recesso e deve ser retomado em breve o depoimento de Jatobá. Antes dela, quem prestou depoimento foi Nardoni.
Anna Carolina Jatobá, que fala no quarto dia do julgamento do caso, negou ter assassinado ou participado da morte da menina. “Não, é totalmente falso”, disse, muito nervosa, soluçando e gaguejando, aos jurados que decidem se ela e Alexandre Nardoni são culpados ou inocentes. O depoimento de Jatobá teve início às 16h20, logo após o término do interrogatório de Alexandre, e continua com as perguntas do juiz Maurício Fossen. Ainda podem questionar a ré a Promotoria, defesa e os jurados.
Durante seu depoimento, Alexandre Nardoni chorou, negou o crime, disse que teve desentendimentos no edifício London, onde tudo aconteceu em março de 2008, e que chegou a receber uma proposta de acordo para assumir sozinho um homicídio culposo (sem intenção de matar), livrando a mulher, Ana Carolina Jatobá, das acusações.
O promotor Francisco Cembranelli afirmou que o choro de Alexandre Nardoni não tem lágrimas e tentou, com suas perguntas, provar contradições em relação ao depoimento do pai sobre a morte da filha, Isabella.
O réu respondia às perguntas de forma nervosa e evasiva. A defesa usava a estratégia de perguntar ao promotor em que página do processo estavam as afirmações que ele usava para interrogar Nardoni. O promotor rebateu dizendo que isso era feito para dar tempo do réu pensar. No final, Cembranelli começava a dizer a página em que se baseava antes de perguntar.
Cembranelli perguntou se Alexandre traía Ana Oliveira com Jatobá, porque o primeiro encontro do casal aconteceu quando Isabella já tinha 11 meses. “Não traí”, disse Alexandre. Em seguida, o promotor perguntou se Nardoni, que não usava óculos, tinha problemas de visão: “Eu sempre usei óculos, o senhor não acompanha a minha vida”, retrucou o acusado. “Então, qual o seu problema de visão?” A resposta demorou a sair: “Ah, é, eu não enxergo de longe”. Maurício Fossen pediu o fim das perguntas irônicas.
quarta-feira, 24 de março de 2010
Terceiro dia de julgamento do caso Isabella
O terceiro dia do júri do casal Nardoni foi retomado na manhã desta quarta-feira com o depoimento da perita Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística de São Paulo, que falou até às 17h. Monteiro desenhou em um quadro branco as marcas de sangue encontradas na calça da menina Isabella Nardoni.
Às perguntas do promotor Francisco Cembranelli, ela afirmou que marcas encontradas na camiseta que Alexandre usava no dia do crime são totalmente compatíveis com as do assassino que jogou Isabella pela janela. Disse também que sangue de Isabella foi encontrado em diversos pontos do apartamento.
Quem depôs em seguida foi o jornalista Rogerio Pagnan, da “Folha de S. Paulo”. Pagnan afirmou que o pedreiro Gabriel Santos Neto, que trabalhava em uma obra vizinha ao edifício London, apenas viu o portão aberto no dia da morte de Isabella. O jornalista fez uma reportagem afirmando que a obra poderia ter sido arrombada na noite em que a menina caiu do 6º andar do prédio.
Ontem, o júri ouviu três testemunhas da acusação, que tentaram comprovar que o casal, pai e madrasta da menina, a agrediu e a jogou pela janela prédio. Fotos do corpo de Isabella durante necropsia no IML (Instituto Médico Legal), mostradas no depoimento do legista Paulo Tieppo Alves, chocaram algumas pessoas. A avó de Isabella, mãe de Ana Carolina Oliveira, chegou a deixar o plenário.
A delegada do caso, Renata Pontes, que também depôs, defendeu as investigações do caso, negou que tenha havido abuso de autoridade policial contra o casal e afirmou ter “100% de certeza” de que Anna Carolina e Alexandre mataram Isabella.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/03/24/juiz-permite-acareacao-entre-casal-nardoni-e-mae-de-isabella-juri-continua-quinta.jhtm
Às perguntas do promotor Francisco Cembranelli, ela afirmou que marcas encontradas na camiseta que Alexandre usava no dia do crime são totalmente compatíveis com as do assassino que jogou Isabella pela janela. Disse também que sangue de Isabella foi encontrado em diversos pontos do apartamento.
Quem depôs em seguida foi o jornalista Rogerio Pagnan, da “Folha de S. Paulo”. Pagnan afirmou que o pedreiro Gabriel Santos Neto, que trabalhava em uma obra vizinha ao edifício London, apenas viu o portão aberto no dia da morte de Isabella. O jornalista fez uma reportagem afirmando que a obra poderia ter sido arrombada na noite em que a menina caiu do 6º andar do prédio.
Ontem, o júri ouviu três testemunhas da acusação, que tentaram comprovar que o casal, pai e madrasta da menina, a agrediu e a jogou pela janela prédio. Fotos do corpo de Isabella durante necropsia no IML (Instituto Médico Legal), mostradas no depoimento do legista Paulo Tieppo Alves, chocaram algumas pessoas. A avó de Isabella, mãe de Ana Carolina Oliveira, chegou a deixar o plenário.
A delegada do caso, Renata Pontes, que também depôs, defendeu as investigações do caso, negou que tenha havido abuso de autoridade policial contra o casal e afirmou ter “100% de certeza” de que Anna Carolina e Alexandre mataram Isabella.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/03/24/juiz-permite-acareacao-entre-casal-nardoni-e-mae-de-isabella-juri-continua-quinta.jhtm
terça-feira, 23 de março de 2010
Legista mostra fotos do corpo de Isabella e choca familiares no júri do casal Nardoni
23/03/2010 - 20h22
Legista mostra fotos do corpo de Isabella e choca familiares no júri do casal Nardoni
Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Manifestantes protestam em frente ao fórum de Santana, em São Paulo, onde acontece o julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá
O encerramento do depoimento do legista Paulo Sergio Tieppo Alves no júri popular que decide se Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá mataram a menina Isabella Nardoni, 5, causou comoção entre os presentes na tarde desta terça-feira (23). Alves foi o perito que examinou o corpo de Isabella, que morreu em março de 2008 após a queda do 6º andar do edifício London, na zona norte de São Paulo.
Como é de praxe, o profissional comprovou suas alegações mostrando fotos do corpo que examinou. Nesse caso, no entanto, as cenas foram consideradas muito fortes por exibirem uma criança dilacerada e até com o tórax aberto durante os exames legais.
O rosto da menina podia ser observado com nitidez, no telão dentro da sala. A avó da garota chorou ao ver as imagens, enquanto o avô mostrava sinais claros de desconforto.
Mais sobre o julgamento
Terminadas suas explicações, o legista deu lugar ao perito baiano Luiz Eduardo Dórea, tido até então como um elemento surpresa da acusação. Sua participação foi rápida: começou a falar às 18h20 e parou às 18h55.
Autor de livros como o “Manchas de Sangue como Indício em Local de Crime”, ele foi chamado para afirmar perante o tribunal que, pelas evidências, as marcas de sangue no apartamento do casal indicam que as gotas chegaram ao chão enquanto a vítima estaria em movimento, a mais ou menos 1,25 metros de altura.
Com essa análise, além de tentar provar que Isabella estava no colo de Alexandre sangrando, a acusação pretendia desqualificar um laudo extra feito pela defesa com a perita Delma Gama. Em seu documento, a perita não faz tal tipo de observação, omissão considerada como “distorção” por Dórea.
A defesa, no entanto, pediu a palavra e anunciou que laudo que estava sendo colocado em dúvida não foi usado e está totalmente descartado. Nessa hora, o elemento surpresa perdeu sua força – e por isso mesmo seu depoimento foi tão curto, encerrando o dia de trabalhos nesta terça-feira. Os trabalhos serão retomados amanhã.
A testemunha que seria ouvida ainda hoje só deve depor nesta quarta-feira: Rosangela Monteiro, perita do Instituto de Criminalística.
Além da polêmica exibição das fotos de Isabella, a fala do médico-legista Paulo Sergio Tieppo Alves indica que a morte da menina ocorreu pela associação de um conjunto de traumas. “Há sinais específicos da esganadura. Outros que atestam a queda do sexto andar. E ainda outros traumas”, afirmou.
O legista especifica que determinadas lesões mostram que Isabella sofreu uma queda momentos antes de desabar do edifício London. “Dentro do conjunto da perícia, os laudos mostram que alguém a jogou contra o chão.”
O promotor do caso, Francisco Cembranelli, defende que Isabella foi jogada pela janela do 6º andar do edifício London pelo pai. Antes, teria sido esganada pela madrasta e agredida por ambos - teria sido atirada inconsciente. Já a defesa do casal insiste na tese de que havia uma terceira pessoa no prédio. Os dois negam as acusações e se dizem inocentes.
Mais depoimentos
Antes do legista, apenas uma pessoa foi ouvida nesta terça-feira: a delegada Renata Pontes, que era do 9ª DP (Carandiru) à época do crime e comandou as investigações. Ela afirmou aos jurados que não há hipótese de que uma terceira pessoa tenha atuado no homicídio de Isabella Nardoni.
A delegada, que afirmou ter "100% de certeza" de que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá cometeram o crime sozinhos, disse que mais de 30 policiais vasculharam o local e não encontraram vestígios de outra pessoa. Segundo a delegada, com base em depoimentos de vizinhos, eles ouviram gritos de uma criança chamando pelo pai. "Para, pai!". Em seguida, alguns deles relataram ter ouvido um som abafado, que poderia ser de uma criança caindo.
O advogado de defesa, que tentou desqualificar o depoimento da delegada, a questionou sobre laudos e sobre o sangue encontrado no apartamento. Para Podval, não há provas concretas que liguem o casal aos ferimentos de Isabella. O advogado também perguntou à testemunha, também arrolada pelo promotor do caso, Francisco Cembranelli, se ela tinha conhecimento de histórico de violência do casal, sem ser por depoimentos de terceiros. "O que sei é que há relatos de que Jatobá já arremessou um dos filhos por ciúme, e que Alexandre repreendeu o próprio filho jogando-o no chão", afirmou Pontes, com base no que disseram a mãe de Alexandre e a mãe de Ana Carolina Oliveira, avó de Isabella.
Durante questionamento do promotor do caso, Francisco Cembranelli, a delegada também defendeu que nunca houve qualquer abuso por parte de policiais envolvidos na investigação e disse que nunca pré-julgou o casal, em resposta a Podval sobre porque passaram um dia inteiro na delegacia naquele dia. "Fizemos exames porque é o procedimento, até para não haver acusação infundada. O crime é muito complexo. Eles foram ouvidos informalmente muitas vezes", afirmou.
Cembranelli usou uma maquete especialmente feita para júri, que reproduz o apartamento no edifício London, onde o crime aconteceu. A maquete reproduz marcas de sangue encontradas no apartamento, que a delegada confirmou ter encontrado: na entrada do apartamento e no quarto dos filhos do casal. Posteriormente, por meio do luminol, mais sangue foi encontrado, segundo ela.
Legista mostra fotos do corpo de Isabella e choca familiares no júri do casal Nardoni
Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Manifestantes protestam em frente ao fórum de Santana, em São Paulo, onde acontece o julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá
O encerramento do depoimento do legista Paulo Sergio Tieppo Alves no júri popular que decide se Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá mataram a menina Isabella Nardoni, 5, causou comoção entre os presentes na tarde desta terça-feira (23). Alves foi o perito que examinou o corpo de Isabella, que morreu em março de 2008 após a queda do 6º andar do edifício London, na zona norte de São Paulo.
Como é de praxe, o profissional comprovou suas alegações mostrando fotos do corpo que examinou. Nesse caso, no entanto, as cenas foram consideradas muito fortes por exibirem uma criança dilacerada e até com o tórax aberto durante os exames legais.
O rosto da menina podia ser observado com nitidez, no telão dentro da sala. A avó da garota chorou ao ver as imagens, enquanto o avô mostrava sinais claros de desconforto.
Mais sobre o julgamento
Terminadas suas explicações, o legista deu lugar ao perito baiano Luiz Eduardo Dórea, tido até então como um elemento surpresa da acusação. Sua participação foi rápida: começou a falar às 18h20 e parou às 18h55.
Autor de livros como o “Manchas de Sangue como Indício em Local de Crime”, ele foi chamado para afirmar perante o tribunal que, pelas evidências, as marcas de sangue no apartamento do casal indicam que as gotas chegaram ao chão enquanto a vítima estaria em movimento, a mais ou menos 1,25 metros de altura.
Com essa análise, além de tentar provar que Isabella estava no colo de Alexandre sangrando, a acusação pretendia desqualificar um laudo extra feito pela defesa com a perita Delma Gama. Em seu documento, a perita não faz tal tipo de observação, omissão considerada como “distorção” por Dórea.
A defesa, no entanto, pediu a palavra e anunciou que laudo que estava sendo colocado em dúvida não foi usado e está totalmente descartado. Nessa hora, o elemento surpresa perdeu sua força – e por isso mesmo seu depoimento foi tão curto, encerrando o dia de trabalhos nesta terça-feira. Os trabalhos serão retomados amanhã.
A testemunha que seria ouvida ainda hoje só deve depor nesta quarta-feira: Rosangela Monteiro, perita do Instituto de Criminalística.
Além da polêmica exibição das fotos de Isabella, a fala do médico-legista Paulo Sergio Tieppo Alves indica que a morte da menina ocorreu pela associação de um conjunto de traumas. “Há sinais específicos da esganadura. Outros que atestam a queda do sexto andar. E ainda outros traumas”, afirmou.
O legista especifica que determinadas lesões mostram que Isabella sofreu uma queda momentos antes de desabar do edifício London. “Dentro do conjunto da perícia, os laudos mostram que alguém a jogou contra o chão.”
O promotor do caso, Francisco Cembranelli, defende que Isabella foi jogada pela janela do 6º andar do edifício London pelo pai. Antes, teria sido esganada pela madrasta e agredida por ambos - teria sido atirada inconsciente. Já a defesa do casal insiste na tese de que havia uma terceira pessoa no prédio. Os dois negam as acusações e se dizem inocentes.
Mais depoimentos
Antes do legista, apenas uma pessoa foi ouvida nesta terça-feira: a delegada Renata Pontes, que era do 9ª DP (Carandiru) à época do crime e comandou as investigações. Ela afirmou aos jurados que não há hipótese de que uma terceira pessoa tenha atuado no homicídio de Isabella Nardoni.
A delegada, que afirmou ter "100% de certeza" de que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá cometeram o crime sozinhos, disse que mais de 30 policiais vasculharam o local e não encontraram vestígios de outra pessoa. Segundo a delegada, com base em depoimentos de vizinhos, eles ouviram gritos de uma criança chamando pelo pai. "Para, pai!". Em seguida, alguns deles relataram ter ouvido um som abafado, que poderia ser de uma criança caindo.
O advogado de defesa, que tentou desqualificar o depoimento da delegada, a questionou sobre laudos e sobre o sangue encontrado no apartamento. Para Podval, não há provas concretas que liguem o casal aos ferimentos de Isabella. O advogado também perguntou à testemunha, também arrolada pelo promotor do caso, Francisco Cembranelli, se ela tinha conhecimento de histórico de violência do casal, sem ser por depoimentos de terceiros. "O que sei é que há relatos de que Jatobá já arremessou um dos filhos por ciúme, e que Alexandre repreendeu o próprio filho jogando-o no chão", afirmou Pontes, com base no que disseram a mãe de Alexandre e a mãe de Ana Carolina Oliveira, avó de Isabella.
Durante questionamento do promotor do caso, Francisco Cembranelli, a delegada também defendeu que nunca houve qualquer abuso por parte de policiais envolvidos na investigação e disse que nunca pré-julgou o casal, em resposta a Podval sobre porque passaram um dia inteiro na delegacia naquele dia. "Fizemos exames porque é o procedimento, até para não haver acusação infundada. O crime é muito complexo. Eles foram ouvidos informalmente muitas vezes", afirmou.
Cembranelli usou uma maquete especialmente feita para júri, que reproduz o apartamento no edifício London, onde o crime aconteceu. A maquete reproduz marcas de sangue encontradas no apartamento, que a delegada confirmou ter encontrado: na entrada do apartamento e no quarto dos filhos do casal. Posteriormente, por meio do luminol, mais sangue foi encontrado, segundo ela.
segunda-feira, 22 de março de 2010
Começa o Julgamento dos pais de Isabella Nardoni em São Paulo - Brasil
22/03/2010 - 19h37
Mãe de Isabella chora e relata ciúmes da madrasta; júri será retomado nesta terça
Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias*
Em São Paulo
Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, chegou por volta das 11h15 ao fórum de Santana, na zona norte de São Paulo, para o julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá
No único depoimento de testemunha realizado nesta segunda-feira (22) durante o júri popular do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, a mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, chorou por pelo menos três vezes, provocou o choro de ambos os réus e relatou o amor de Alexandre pela filha e o ciúme que a madrasta teria da relação do marido com a menina e com sua ex-mulher.
O depoimento começou por volta das 19h30 e terminou às 21h50 e foi tomado pelo juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana, no julgamento que irá decidir se pai e madrasta de Isabella -- que morreu ao cair do 6º andar do Edifício London, zona norte de São Paulo em 2008-- é culpado ou inocente da morte da menina.
O júri foi interrompido após o depoimento de Oliveira e deve ser retomado nesta terça-feira (23), a partir das 9h com outras testemunhas de acusação.
Manifestações e vaias ao redor de fórum
Segundo Ana Oliveira, haveria uma disputa de Jatobá pela atenção de Alexandre em relação à menina Isabella. Ana Oliveira evitou citar o nome da madrasta, se referindo a ela apenas como "Jatobá" na maior parte das vezes.
Ainda de acordo com Oliveira, haveria uma disputa da madrasta pela atenção de Alexandre em relação à menina Isabella. "A mãe dele contava para a minha mãe que ela tinha ciúme da Isabella, que ela disputava a atenção dele com ela.
De acordo com Oliveira, na presença de Jatobá, Alexandre Nardoni tinha um comportamento diferente. "Quando ela não ia com ele [Alexandre] buscar a Isabella, o comportamento era completamente diferente". Ana Carolina disse, porém, que Alexandre ligava para Isabella apenas durante a semana. "Ela [Isabella] não funcionava em horário comercial."
Oliveira é considerada a testemunha-chave da acusação no julgamento. Ela chegou de carro e entrou por uma entrada lateral do fórum, acompanhada pelo pai, José Arcanjo de Oliveira, e pela advogada, Cristina Christo Leite, que também é assistente de acusação no caso.
“Ana, que conhece melhor do que ninguém os protagonistas de tudo isso, conviveu durante um tempo com um dos réus [Alexandre]. Depois, com a outra ré, também teve contato [Anna Jatobá]. Ela conhece bem toda a história de vida dessas pessoas", afirmou o promotor na semana passada.
"E ela, conhecendo e sabendo detalhes de cada um, estabeleceu a sua própria verdade, que é a nossa verdade. Então, ela apoia a tese da Promotoria. A sua opinião é de que aconteceu tudo que eu descrevi na denúncia e é por isso que ela está arrolada também como uma testemunha desse processo.”
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são julgados pela morte da menina por quatro mulheres e três homens, que foram escolhidos nesta tarde para compor o Conselho de Sentença. Desses sete, cinco nunca participaram de um júri.
Por isso, por volta das 18h, os cinco novatos receberam esclarecimentos sobre como funciona um júri popular por parte do juiz Maurício Fossen.
Houve uma recusa de um jurado por parte da defesa e outra por parte da acusação, ambas de mulheres.
Antes do sorteio dos jurados, a defesa do casal fez requerimentos para adiar o júri e realizar diligências. Todos foram negados pelo juiz Maurício Fossen, que preside o julgamento.
Nardoni e Jatobá entraram juntos hoje na sala do tribunal que irá julgá-los. Esta foi a primeira vez que eles se encontram desde que foram interrogados, em maio de 2008.
Jatobá veste uma blusa rosa e calça um sapato baixo. Nardoni está com uma camiseta branca, com uma faixa azul, e calça um tênis. Ambos vestem calça jeans. A Justiça não permite a presença de fotógrafos nem de cinegrafistas no local do julgamento.
Os dois negam as acusações e se dizem inocentes. A estimativa do tribunal é de que o julgamento dure até cinco dias.
Plateia reveza senhas para assistir ao júri dos Nardoni
Os curiosos que chegaram ao Fórum de Santana para assistir ao júri estão dividindo suas senhas. Uma das interessadas, estudante de direito, e que não quis se identificar, aguardava sua vez de entrar no plenário. "Estou dividindo essa senha com cinco pessoas", contou ao UOL Notícias.
Entenda o julgamento
O júri deve contar com um vídeo contendo a simulação do crime e uma maquete do edifício, trazidos pela Promotoria, e com objetos encontrados no apartamento e outros, como a tela de proteção da janela, requeridos pela defesa.
O promotor do caso, Francisco Cembranelli, defende que Isabella foi jogada pela janela do 6º andar do Edifício London pelo pai. Antes, teria sido esganada pela madrasta e agredida por ambos. Já a defesa do casal insiste na tese de que havia uma terceira pessoa no prédio.
O advogado Ricardo Martins, que defende o casal junto com o advogado Roberto Podval, disse hoje não ter dúvidas da absolvição de seus clientes. “Eles serão absolvidos com certeza. Não há nenhuma prova que ligue o casal a este crime. Não há nenhuma perícia crucial, como o próprio promotor admitiu há poucos dias do júri. Além disso, há inúmeros falhas nesse processo", afirmou.
Para Martins, a cobertura da imprensa sobre o caso pode influenciar na decisão do júri. “Eu estou certo de que se os jurados estiverem dispostos a ouvir as provas eles vão absolver. Agora, se vierem pensando só no que a imprensa tem dito ao longo desse tempo todo, aí até eu teria um monte de dúvidas”. Questionado se há hipótese de o casal confessar o crime, o advogado disse que é impossível. “O casal não irá confessar algo que não fez."
Chegada ao Fórum
O comboio policial que transportava Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá chegou à capital paulista por volta de 8h20, depois de deixar a cidade de Tremembé, no interior de São Paulo. O casal foi levado para o Fórum de Santana, na zona norte, onde acontece o julgamento, e ficou em salas separadas na ala da carceragem do prédio.
Tudo sobre o julgamento
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella, são acusados de homicídio doloso
Anna Carolina saiu da penitenciária feminina de Tremembé por volta das 6h20. Os policiais passaram, em seguida, na penitenciária onde estava Alexandre Nardoni. Eles seguiram em carros separados da Polícia Militar, pela rodovia Carvalho Pinto.
Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, o promotor Cembranelli, Antônio e Cristiane Nardoni, respectivamente pai e irmã de Alexandre, também chegaram ao fórum durante a manhã. Eles não falaram com a imprensa.
O pedreiro Gabriel Santos Neto, que trabalhava na obra vizinha ao Edifício London, foi localizado pela Justiça e chegou ao Fórum de Santana por volta das 10h30 de hoje. Ele era a única testemunha arrolada pela defesa que não havia sido intimada para participar do julgamento. A hipótese de que os advogados de defesa poderiam apresentar motivos para suspender o júri se torna pouco provável com a presença do pedreiro.
Uma das faixas da avenida Engenheiro Caetano Álvares está interditada desde as 18h de domingo, onde fica o Fórum de Santana. Um esquema rígido de segurança foi adotado em razão do clamor público do caso.
A transmissão do julgamento está proibida.
Veja a seguir o plenário onde ocorrerá o júri e quem é quem no infográfico:
Entenda como funciona o Tribunal do Júri
Ao final dos depoimentos de todas as testemunhas, dos debates, das apresentações da defesa e a acusação, o júri se reúne em uma sala secreta para responder a quesitos formulados pelo juiz. Eles decidirão se o casal cometeu o crime, se pode ser considerado culpado pela atitude, e se há agravantes ou atenuantes, como ser réu primário. De posse do veredicto, Maurício Fossen irá dosar a pena com base no Código Penal. Se houver absolvição, os Nardoni deixam o tribunal livres.
Saiba mais sobre os procedimentos adotados para este julgamento:
Alexandre e Anna Jatobá foram transferidos de presídios de Tremembé (a 138 km de SP), onde estão presos, até o Fórum de Santana, sob esquema de segurança especial
Os réus ficam na carceragem do fórum até a hora do julgamento
Iniciada a sessão, são sorteados sete jurados que comporão o Conselho de Sentença. Em seguida, o plenário é aberto à imprensa
O júri popular deve durar pelo menos três dias. O juiz Maurício Fossen, que preside o julgamento, reservou o plenário por uma semana
Enquanto não são ouvidas, as testemunhas aguardam no fórum. Podem ter que dormir no próprio fórum, no Fórum da Barra Funda, zona oeste, ou em um hotel. Depois, são dispensadas
Os jurados permanecem confinados até o final do julgamento no fórum, onde há dormitórios e refeitórios
O casal deve dormir em unidades prisionais na capital, ainda a serem definidas
Estão envolvidos no julgamento 23 funcionários do cartório do júri, 12 agentes de fiscalização, dois médicos, uma enfermeira, três estenotipistas (que transcrevem as falas), 16 oficiais de justiça, três funcionários da administração, quatro da copa e cinco assessores de imprensa
Mãe de Isabella chora e relata ciúmes da madrasta; júri será retomado nesta terça
Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias*
Em São Paulo
Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, chegou por volta das 11h15 ao fórum de Santana, na zona norte de São Paulo, para o julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá
No único depoimento de testemunha realizado nesta segunda-feira (22) durante o júri popular do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, a mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, chorou por pelo menos três vezes, provocou o choro de ambos os réus e relatou o amor de Alexandre pela filha e o ciúme que a madrasta teria da relação do marido com a menina e com sua ex-mulher.
O depoimento começou por volta das 19h30 e terminou às 21h50 e foi tomado pelo juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana, no julgamento que irá decidir se pai e madrasta de Isabella -- que morreu ao cair do 6º andar do Edifício London, zona norte de São Paulo em 2008-- é culpado ou inocente da morte da menina.
O júri foi interrompido após o depoimento de Oliveira e deve ser retomado nesta terça-feira (23), a partir das 9h com outras testemunhas de acusação.
Manifestações e vaias ao redor de fórum
Segundo Ana Oliveira, haveria uma disputa de Jatobá pela atenção de Alexandre em relação à menina Isabella. Ana Oliveira evitou citar o nome da madrasta, se referindo a ela apenas como "Jatobá" na maior parte das vezes.
Ainda de acordo com Oliveira, haveria uma disputa da madrasta pela atenção de Alexandre em relação à menina Isabella. "A mãe dele contava para a minha mãe que ela tinha ciúme da Isabella, que ela disputava a atenção dele com ela.
De acordo com Oliveira, na presença de Jatobá, Alexandre Nardoni tinha um comportamento diferente. "Quando ela não ia com ele [Alexandre] buscar a Isabella, o comportamento era completamente diferente". Ana Carolina disse, porém, que Alexandre ligava para Isabella apenas durante a semana. "Ela [Isabella] não funcionava em horário comercial."
Oliveira é considerada a testemunha-chave da acusação no julgamento. Ela chegou de carro e entrou por uma entrada lateral do fórum, acompanhada pelo pai, José Arcanjo de Oliveira, e pela advogada, Cristina Christo Leite, que também é assistente de acusação no caso.
“Ana, que conhece melhor do que ninguém os protagonistas de tudo isso, conviveu durante um tempo com um dos réus [Alexandre]. Depois, com a outra ré, também teve contato [Anna Jatobá]. Ela conhece bem toda a história de vida dessas pessoas", afirmou o promotor na semana passada.
"E ela, conhecendo e sabendo detalhes de cada um, estabeleceu a sua própria verdade, que é a nossa verdade. Então, ela apoia a tese da Promotoria. A sua opinião é de que aconteceu tudo que eu descrevi na denúncia e é por isso que ela está arrolada também como uma testemunha desse processo.”
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são julgados pela morte da menina por quatro mulheres e três homens, que foram escolhidos nesta tarde para compor o Conselho de Sentença. Desses sete, cinco nunca participaram de um júri.
Por isso, por volta das 18h, os cinco novatos receberam esclarecimentos sobre como funciona um júri popular por parte do juiz Maurício Fossen.
Houve uma recusa de um jurado por parte da defesa e outra por parte da acusação, ambas de mulheres.
Antes do sorteio dos jurados, a defesa do casal fez requerimentos para adiar o júri e realizar diligências. Todos foram negados pelo juiz Maurício Fossen, que preside o julgamento.
Nardoni e Jatobá entraram juntos hoje na sala do tribunal que irá julgá-los. Esta foi a primeira vez que eles se encontram desde que foram interrogados, em maio de 2008.
Jatobá veste uma blusa rosa e calça um sapato baixo. Nardoni está com uma camiseta branca, com uma faixa azul, e calça um tênis. Ambos vestem calça jeans. A Justiça não permite a presença de fotógrafos nem de cinegrafistas no local do julgamento.
Os dois negam as acusações e se dizem inocentes. A estimativa do tribunal é de que o julgamento dure até cinco dias.
Plateia reveza senhas para assistir ao júri dos Nardoni
Os curiosos que chegaram ao Fórum de Santana para assistir ao júri estão dividindo suas senhas. Uma das interessadas, estudante de direito, e que não quis se identificar, aguardava sua vez de entrar no plenário. "Estou dividindo essa senha com cinco pessoas", contou ao UOL Notícias.
Entenda o julgamento
O júri deve contar com um vídeo contendo a simulação do crime e uma maquete do edifício, trazidos pela Promotoria, e com objetos encontrados no apartamento e outros, como a tela de proteção da janela, requeridos pela defesa.
O promotor do caso, Francisco Cembranelli, defende que Isabella foi jogada pela janela do 6º andar do Edifício London pelo pai. Antes, teria sido esganada pela madrasta e agredida por ambos. Já a defesa do casal insiste na tese de que havia uma terceira pessoa no prédio.
O advogado Ricardo Martins, que defende o casal junto com o advogado Roberto Podval, disse hoje não ter dúvidas da absolvição de seus clientes. “Eles serão absolvidos com certeza. Não há nenhuma prova que ligue o casal a este crime. Não há nenhuma perícia crucial, como o próprio promotor admitiu há poucos dias do júri. Além disso, há inúmeros falhas nesse processo", afirmou.
Para Martins, a cobertura da imprensa sobre o caso pode influenciar na decisão do júri. “Eu estou certo de que se os jurados estiverem dispostos a ouvir as provas eles vão absolver. Agora, se vierem pensando só no que a imprensa tem dito ao longo desse tempo todo, aí até eu teria um monte de dúvidas”. Questionado se há hipótese de o casal confessar o crime, o advogado disse que é impossível. “O casal não irá confessar algo que não fez."
Chegada ao Fórum
O comboio policial que transportava Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá chegou à capital paulista por volta de 8h20, depois de deixar a cidade de Tremembé, no interior de São Paulo. O casal foi levado para o Fórum de Santana, na zona norte, onde acontece o julgamento, e ficou em salas separadas na ala da carceragem do prédio.
Tudo sobre o julgamento
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella, são acusados de homicídio doloso
Anna Carolina saiu da penitenciária feminina de Tremembé por volta das 6h20. Os policiais passaram, em seguida, na penitenciária onde estava Alexandre Nardoni. Eles seguiram em carros separados da Polícia Militar, pela rodovia Carvalho Pinto.
Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, o promotor Cembranelli, Antônio e Cristiane Nardoni, respectivamente pai e irmã de Alexandre, também chegaram ao fórum durante a manhã. Eles não falaram com a imprensa.
O pedreiro Gabriel Santos Neto, que trabalhava na obra vizinha ao Edifício London, foi localizado pela Justiça e chegou ao Fórum de Santana por volta das 10h30 de hoje. Ele era a única testemunha arrolada pela defesa que não havia sido intimada para participar do julgamento. A hipótese de que os advogados de defesa poderiam apresentar motivos para suspender o júri se torna pouco provável com a presença do pedreiro.
Uma das faixas da avenida Engenheiro Caetano Álvares está interditada desde as 18h de domingo, onde fica o Fórum de Santana. Um esquema rígido de segurança foi adotado em razão do clamor público do caso.
A transmissão do julgamento está proibida.
Veja a seguir o plenário onde ocorrerá o júri e quem é quem no infográfico:
Entenda como funciona o Tribunal do Júri
Ao final dos depoimentos de todas as testemunhas, dos debates, das apresentações da defesa e a acusação, o júri se reúne em uma sala secreta para responder a quesitos formulados pelo juiz. Eles decidirão se o casal cometeu o crime, se pode ser considerado culpado pela atitude, e se há agravantes ou atenuantes, como ser réu primário. De posse do veredicto, Maurício Fossen irá dosar a pena com base no Código Penal. Se houver absolvição, os Nardoni deixam o tribunal livres.
Saiba mais sobre os procedimentos adotados para este julgamento:
Alexandre e Anna Jatobá foram transferidos de presídios de Tremembé (a 138 km de SP), onde estão presos, até o Fórum de Santana, sob esquema de segurança especial
Os réus ficam na carceragem do fórum até a hora do julgamento
Iniciada a sessão, são sorteados sete jurados que comporão o Conselho de Sentença. Em seguida, o plenário é aberto à imprensa
O júri popular deve durar pelo menos três dias. O juiz Maurício Fossen, que preside o julgamento, reservou o plenário por uma semana
Enquanto não são ouvidas, as testemunhas aguardam no fórum. Podem ter que dormir no próprio fórum, no Fórum da Barra Funda, zona oeste, ou em um hotel. Depois, são dispensadas
Os jurados permanecem confinados até o final do julgamento no fórum, onde há dormitórios e refeitórios
O casal deve dormir em unidades prisionais na capital, ainda a serem definidas
Estão envolvidos no julgamento 23 funcionários do cartório do júri, 12 agentes de fiscalização, dois médicos, uma enfermeira, três estenotipistas (que transcrevem as falas), 16 oficiais de justiça, três funcionários da administração, quatro da copa e cinco assessores de imprensa
Impressionante: Menina é "esquecida" no Pinel(Hospital Psiquiátrico em São Paulo - Brasil) por 4 anos
21/03/2010 - 09h41
LAURA CAPRIGLIONE
da Folha de S.Paulo
MARLENE BERGAMO
repórter fotográfica da Folha
A menina 23225 --é assim que ela está registrada nos prontuários médicos-- foi internada aos 11 anos no Hospital Psiquiátrico Pinel. "Inteligente, agressiva, indisciplinada, sem respeito, fria e calculista", escreveram dela os que a levaram à instituição-símbolo da doença mental de São Paulo.
Psiquiatras, enfermeiros e psicólogos do Pinel logo viram que o caso de 23225 dispensava internação. Deram-lhe alta. Mas, como a garotinha não tem quem a queira por perto, já são mais de 1.500 dias, ou 4 anos e três meses esquecida dentro da instituição de tipo manicomial.
A menina não é psicótica ou esquizóide; não é do tipo que ouve vozes ou vê o que não existe. Uma médica do hospital resumiu assim o problema: "O mal dela é abandono".
Em termos técnicos, 23225 foi catalogada no Código Internacional de Doenças como sendo F91, que designa transtorno de conduta --desde agressividade até atitudes desafiantes e de oposição.
Miudinha, cabelos cacheados, 23225 tinha apenas quatro anos quando a avó colocou-a em um abrigo para crianças de famílias desestruturadas. O ciúme, diz a mulher, vai acabar com ela. Era só 23225 ver outra criança recebendo carinho e armava uma cena. Jogava-se no chão, chorava. Virou "difícil".
BUQUÊ NO CHÃO
Até os sete anos, a menina não conhecia a mãe, que cumpria pena por roubo e tráfico de drogas. A mulher é usuária de crack. Reincidente, enfrenta agora outra temporada de sete anos atrás das grades.
O primeiro encontro das duas foi um desastre. Uma saía da Penitenciária Feminina, a outra a esperava, vestidinho branco, e um buquê de flores para entregar. A mulher xingou a filha e o buquê ficou no chão.
No dia 8 de novembro de 2005, o abrigo conseguiu que um juiz internasse 23225 na Clínica de Infância e Adolescência do Pinel, voltada para quadros psiquiátricos agudos. Os atendimentos duram no máximo 18 dias e o paciente é logo reenviado para seu convívio normal. Se cada 18 dias contassem como uma internação, a menina 23225 já teria sido internada 86 vezes.
DEITADA NA RUA
"Essa internação contraria toda e qualquer política atual de saúde mental, além de provocar danos irreversíveis, já que [a menina] vivencia cotidianamente a realidade de uma enfermaria psiquiátrica para casos agudos e é privada de viver em sociedade e de frequentar a escola", relatou o diretor do Pinel, psiquiatra Eduardo Augusto Guidolin, em 8 de março de 2007.
À Folha, a avó da menina, evangélica da igreja Deus é Amor, disse que acaba de conseguir um emprego com carteira assinada --serviços gerais, R$ 480 por mês. "Não vou pôr a perder por causa dela".
Certa vez, em fuga do Pinel, 23225 deitou-se no meio da rua em que mora a avó --queria morrer atropelada: "Eu tinha acabado de dizer que aqui ela não podia ficar".
O diretor do Pinel pediu a todos os santos dos abrigos: à Associação Aliança de Misericórdia, Parque Taipas, à Associação Lar São Francisco na Providência de Deus, ao Instituto de Amparo à Criança Asas Brancas, de Taboão da Serra, ao Abrigo Irmãos Genésio Dalmônico, ao Abrigo Bete Saider, em Pirituba, à Associação Santa Terezinha, ao Abrigo Amen-4, entre outros, que arrumassem uma vaga para 23225 viver. A menina moraria no abrigo, poderia frequentar uma escola, e receberia atendimento psiquiátrico ambulatorial em um Centro de Atendimento Psicossocial mantido pela Secretaria Municipal de Saúde.
Não deu certo. Ou os abrigos alegavam não ter vagas, ou diziam não ter vagas para alguém com o "histórico Pinel". Em duas oportunidades, dois abrigos concordaram em acolher a menina. Ela quis voltar para o hospital. Outras tentativas precisariam ser feitas.
PROTESTOS
O médico Guilherme Spadini dos Santos, então coordenador do Napa (Núcleo de Atenção Psiquiátrica ao Adolescente) , do Pinel, escreveu ainda em 2005, em um relatório: "O isolamento social é extremamente prejudicial aos quadros de transtorno de conduta. O hospital psiquiátrico não é local para tratamento de longa duração. A paciente precisa ser encaminhada para serviço ambulatorial especializado para continuar seu tratamento e para que se promova sua reinserção na sociedade".
Em 18 de dezembro de 2006, o diretor do Pinel informava que a menina já se encontrava em alta médica havia vários meses, permanecendo na instituição por ordem judicial. "Essa situação permanece porque a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social não consegue nos indicar um abrigo para onde se possa encaminhá-la. [A menina] está sendo privada de uma vida social e educacional a que tem direito, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente. "
Em 10 de novembro de 2009, Guidolin endereçou ao procurador regional dos direitos do cidadão do Ministério Público Federal, um ofício em que manifesta "indignação desta equipe técnica que por diversas vezes acionou o Judiciário solicitando a desinternação desses adolescentes que na ocasião precisavam apenas de um abrigo para moradia e dar continuidade a seu atendimento médico ambulatorial. Cabe à Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social definir o local de abrigamento. "
OUTRAS CRIANÇAS
No mesmo texto, o diretor dizia haver outras crianças "nessa mesma situação".
Em 6 de agosto de 2008, o Pinel enviou ao Judiciário pedido de desinternação de 23225, e de dois outros adolescentes: L. (internado por ordem judicial em 3/2/2005, alta no mesmo ano) e A.C. (internada em 17/ 8/2007, em alta desde 12/11/ 2007).
Segundo funcionários do Pinel, até a última sexta-feira, apenas a adolescente 23255 seguia internada. Agora, a secretaria diz ter encontrado uma vaga para a menina.
Os nomes de 23255 e seus parentes foram suprimidos dessa reportagem, assim como quaisquer referências que permitam identificá-la, em atenção ao que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Outro lado
"Faltam equipamentos do Estado para acolher e fazer o tratamento de pessoas com comprometimento psíquico", disse o Reinaldo Cintra Torres de Carvalho, juiz da Vara da Infância e da Juventude do Foro da Lapa, que cuida do caso da menina 23225. De acordo com o juiz, ela não tem condições de permanecer em abrigo com outras crianças, sem acompanhamento especial de um cuidador constante. "Quando está em crise violenta, não há como contê-la", disse.
"Já tentamos dois abrigos e o resultado foi muito ruim. Ela quebrou coisas, machucou a si e a outras pessoas. Por isso, foi mandada de volta para o Pinel, onde recebe tratamento segundo as possibilidades do Estado. Nas atuais circunstâncias, o Pinel é o melhor lugar para ela."
Sobre a negativa dos abrigos em receber a menina, o juiz afirmou: "Ninguém a aceita pelo histórico dela".
Ele concorda que toda a situação configura um desrespeito em relação ao Estatuto da Criança e Adolescente, "mas enquanto não houver os equipamentos ou outro lugar, ela tem de permanecer lá. Eu sou inerte. Não posso tomar a frente, tenho que esperar que algum órgão tome a iniciativa".
Secretaria da Saúde
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde, à qual o Pinel está subordinado, disse que "obedece decisão do Poder Judiciário para manter a paciente em sua enfermaria de agudos".
A secretaria e o hospital afirmam que o local indicado pela Justiça não é adequado, uma vez que o transtorno de conduta da paciente não justifica, sob o ponto de vista clínico, uma internação psiquiátrica.
"Tanto que o hospital vem trabalhando no sentido de procurar alternativas de moradia e tratamento da paciente em outros locais, como abrigos e Caps [Centros de Atenção Psicossocial] ."
Prefeitura
A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social disse por intermédio de sua assessoria de imprensa que a menina 23225, até 2005, estava acolhida em um abrigo. Manifestava "comportamento por vezes agressivo". "Seu atendimento passou a ser isolado, em uma edícula, acompanhada de uma mãe social."
Segundo a assessoria, a secretaria vem buscando desde 2009 atuar "com o Hospital Pinel, a Vara da Infância da Lapa e o Centro de Atenção Psicossocial Infantil", em busca de "um atendimento integral à adolescente" . "A secretaria e o abrigo R. conseguiram abrir uma vaga para a menina e já se iniciou o processo de transferência do Hospital Pinel para um abrigo."
Fonte: Folha On Line - Cotidiano
LAURA CAPRIGLIONE
da Folha de S.Paulo
MARLENE BERGAMO
repórter fotográfica da Folha
A menina 23225 --é assim que ela está registrada nos prontuários médicos-- foi internada aos 11 anos no Hospital Psiquiátrico Pinel. "Inteligente, agressiva, indisciplinada, sem respeito, fria e calculista", escreveram dela os que a levaram à instituição-símbolo da doença mental de São Paulo.
Psiquiatras, enfermeiros e psicólogos do Pinel logo viram que o caso de 23225 dispensava internação. Deram-lhe alta. Mas, como a garotinha não tem quem a queira por perto, já são mais de 1.500 dias, ou 4 anos e três meses esquecida dentro da instituição de tipo manicomial.
A menina não é psicótica ou esquizóide; não é do tipo que ouve vozes ou vê o que não existe. Uma médica do hospital resumiu assim o problema: "O mal dela é abandono".
Em termos técnicos, 23225 foi catalogada no Código Internacional de Doenças como sendo F91, que designa transtorno de conduta --desde agressividade até atitudes desafiantes e de oposição.
Miudinha, cabelos cacheados, 23225 tinha apenas quatro anos quando a avó colocou-a em um abrigo para crianças de famílias desestruturadas. O ciúme, diz a mulher, vai acabar com ela. Era só 23225 ver outra criança recebendo carinho e armava uma cena. Jogava-se no chão, chorava. Virou "difícil".
BUQUÊ NO CHÃO
Até os sete anos, a menina não conhecia a mãe, que cumpria pena por roubo e tráfico de drogas. A mulher é usuária de crack. Reincidente, enfrenta agora outra temporada de sete anos atrás das grades.
O primeiro encontro das duas foi um desastre. Uma saía da Penitenciária Feminina, a outra a esperava, vestidinho branco, e um buquê de flores para entregar. A mulher xingou a filha e o buquê ficou no chão.
No dia 8 de novembro de 2005, o abrigo conseguiu que um juiz internasse 23225 na Clínica de Infância e Adolescência do Pinel, voltada para quadros psiquiátricos agudos. Os atendimentos duram no máximo 18 dias e o paciente é logo reenviado para seu convívio normal. Se cada 18 dias contassem como uma internação, a menina 23225 já teria sido internada 86 vezes.
DEITADA NA RUA
"Essa internação contraria toda e qualquer política atual de saúde mental, além de provocar danos irreversíveis, já que [a menina] vivencia cotidianamente a realidade de uma enfermaria psiquiátrica para casos agudos e é privada de viver em sociedade e de frequentar a escola", relatou o diretor do Pinel, psiquiatra Eduardo Augusto Guidolin, em 8 de março de 2007.
À Folha, a avó da menina, evangélica da igreja Deus é Amor, disse que acaba de conseguir um emprego com carteira assinada --serviços gerais, R$ 480 por mês. "Não vou pôr a perder por causa dela".
Certa vez, em fuga do Pinel, 23225 deitou-se no meio da rua em que mora a avó --queria morrer atropelada: "Eu tinha acabado de dizer que aqui ela não podia ficar".
O diretor do Pinel pediu a todos os santos dos abrigos: à Associação Aliança de Misericórdia, Parque Taipas, à Associação Lar São Francisco na Providência de Deus, ao Instituto de Amparo à Criança Asas Brancas, de Taboão da Serra, ao Abrigo Irmãos Genésio Dalmônico, ao Abrigo Bete Saider, em Pirituba, à Associação Santa Terezinha, ao Abrigo Amen-4, entre outros, que arrumassem uma vaga para 23225 viver. A menina moraria no abrigo, poderia frequentar uma escola, e receberia atendimento psiquiátrico ambulatorial em um Centro de Atendimento Psicossocial mantido pela Secretaria Municipal de Saúde.
Não deu certo. Ou os abrigos alegavam não ter vagas, ou diziam não ter vagas para alguém com o "histórico Pinel". Em duas oportunidades, dois abrigos concordaram em acolher a menina. Ela quis voltar para o hospital. Outras tentativas precisariam ser feitas.
PROTESTOS
O médico Guilherme Spadini dos Santos, então coordenador do Napa (Núcleo de Atenção Psiquiátrica ao Adolescente) , do Pinel, escreveu ainda em 2005, em um relatório: "O isolamento social é extremamente prejudicial aos quadros de transtorno de conduta. O hospital psiquiátrico não é local para tratamento de longa duração. A paciente precisa ser encaminhada para serviço ambulatorial especializado para continuar seu tratamento e para que se promova sua reinserção na sociedade".
Em 18 de dezembro de 2006, o diretor do Pinel informava que a menina já se encontrava em alta médica havia vários meses, permanecendo na instituição por ordem judicial. "Essa situação permanece porque a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social não consegue nos indicar um abrigo para onde se possa encaminhá-la. [A menina] está sendo privada de uma vida social e educacional a que tem direito, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente. "
Em 10 de novembro de 2009, Guidolin endereçou ao procurador regional dos direitos do cidadão do Ministério Público Federal, um ofício em que manifesta "indignação desta equipe técnica que por diversas vezes acionou o Judiciário solicitando a desinternação desses adolescentes que na ocasião precisavam apenas de um abrigo para moradia e dar continuidade a seu atendimento médico ambulatorial. Cabe à Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social definir o local de abrigamento. "
OUTRAS CRIANÇAS
No mesmo texto, o diretor dizia haver outras crianças "nessa mesma situação".
Em 6 de agosto de 2008, o Pinel enviou ao Judiciário pedido de desinternação de 23225, e de dois outros adolescentes: L. (internado por ordem judicial em 3/2/2005, alta no mesmo ano) e A.C. (internada em 17/ 8/2007, em alta desde 12/11/ 2007).
Segundo funcionários do Pinel, até a última sexta-feira, apenas a adolescente 23255 seguia internada. Agora, a secretaria diz ter encontrado uma vaga para a menina.
Os nomes de 23255 e seus parentes foram suprimidos dessa reportagem, assim como quaisquer referências que permitam identificá-la, em atenção ao que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Outro lado
"Faltam equipamentos do Estado para acolher e fazer o tratamento de pessoas com comprometimento psíquico", disse o Reinaldo Cintra Torres de Carvalho, juiz da Vara da Infância e da Juventude do Foro da Lapa, que cuida do caso da menina 23225. De acordo com o juiz, ela não tem condições de permanecer em abrigo com outras crianças, sem acompanhamento especial de um cuidador constante. "Quando está em crise violenta, não há como contê-la", disse.
"Já tentamos dois abrigos e o resultado foi muito ruim. Ela quebrou coisas, machucou a si e a outras pessoas. Por isso, foi mandada de volta para o Pinel, onde recebe tratamento segundo as possibilidades do Estado. Nas atuais circunstâncias, o Pinel é o melhor lugar para ela."
Sobre a negativa dos abrigos em receber a menina, o juiz afirmou: "Ninguém a aceita pelo histórico dela".
Ele concorda que toda a situação configura um desrespeito em relação ao Estatuto da Criança e Adolescente, "mas enquanto não houver os equipamentos ou outro lugar, ela tem de permanecer lá. Eu sou inerte. Não posso tomar a frente, tenho que esperar que algum órgão tome a iniciativa".
Secretaria da Saúde
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde, à qual o Pinel está subordinado, disse que "obedece decisão do Poder Judiciário para manter a paciente em sua enfermaria de agudos".
A secretaria e o hospital afirmam que o local indicado pela Justiça não é adequado, uma vez que o transtorno de conduta da paciente não justifica, sob o ponto de vista clínico, uma internação psiquiátrica.
"Tanto que o hospital vem trabalhando no sentido de procurar alternativas de moradia e tratamento da paciente em outros locais, como abrigos e Caps [Centros de Atenção Psicossocial] ."
Prefeitura
A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social disse por intermédio de sua assessoria de imprensa que a menina 23225, até 2005, estava acolhida em um abrigo. Manifestava "comportamento por vezes agressivo". "Seu atendimento passou a ser isolado, em uma edícula, acompanhada de uma mãe social."
Segundo a assessoria, a secretaria vem buscando desde 2009 atuar "com o Hospital Pinel, a Vara da Infância da Lapa e o Centro de Atenção Psicossocial Infantil", em busca de "um atendimento integral à adolescente" . "A secretaria e o abrigo R. conseguiram abrir uma vaga para a menina e já se iniciou o processo de transferência do Hospital Pinel para um abrigo."
Fonte: Folha On Line - Cotidiano
Estas pessoas mortas desta reportagem(Link) um dia foram crianças e o que fez nossa sociedade em favor deles? Nada e como resultado veio a morte e assim é em todo o Brasil.
Olá pessoal.
Eu não fico mais admirado quando vejo estas coisas, talvez porque já vi tanta crueldade que fazem com nossas crianças que a única reação que tenho e deixar que minhas lágrimas caiam e molhe minha camisa e o chão onde piso.
Já é tempo e ninguém é inocente para saber que estas coisas acontecem em todo o mundo e como estamos no Brasil nos incomodam mais.
O fato é que a sociedade não sabe como agir e tudo o que se tenta fazer é impedido pelas próprias forças governantes em nosso país.
E tanto faz ser um ou outro que ocupem o poder.
A verdade é que todos os que ocupam o poder acabam sendo contaminados pelo mal que ali impera.
Portanto o que será feito?
Até as leis são ridicularizadas por todos, dependendo de que lado a lei está contra.
Temos que admitir que somos fracos e que é preciso muita coragem para vencer a nós mesmos e assim podermos enfrentar e vencer o mal.
Continuo fazendo efetivamente alguma diferença na vida de muitas crianças cujos direitos e dignidade foram violados, porque creio em meu DEUS e no poder DELE em minha vida.
Se não fosse assim já estaria há muito tempo com ELE lá no CÉU.
Não adianta só denunciar, temos que enfrentar e tirar estes homens que insistem em fazer do cargo que ocupam seu castelo forte.
Sentem-se verdadeiros deuses e esquecem-se do verdadeiro motivo que os levou a ocupar aquele lugar.
Fico pensando se o verdadeiro motivo de disputarem uma eleição, não foi para que ficassem acima das leis.
Penso que as leis foram feitas para favorecer os homens de má fé e punirem os de boa fé.
O que vocês acham?
Pensem nisso.
Talvez eu esteja completamente errado, mas se eu tiver apenas uma pontinha de razão no que escrevo!
Como fica!!!!
Abços.
Ed
http://www.estadao.com.br/especiais/2009/11/crimesnobrasil_if_es.pdf
Eu não fico mais admirado quando vejo estas coisas, talvez porque já vi tanta crueldade que fazem com nossas crianças que a única reação que tenho e deixar que minhas lágrimas caiam e molhe minha camisa e o chão onde piso.
Já é tempo e ninguém é inocente para saber que estas coisas acontecem em todo o mundo e como estamos no Brasil nos incomodam mais.
O fato é que a sociedade não sabe como agir e tudo o que se tenta fazer é impedido pelas próprias forças governantes em nosso país.
E tanto faz ser um ou outro que ocupem o poder.
A verdade é que todos os que ocupam o poder acabam sendo contaminados pelo mal que ali impera.
Portanto o que será feito?
Até as leis são ridicularizadas por todos, dependendo de que lado a lei está contra.
Temos que admitir que somos fracos e que é preciso muita coragem para vencer a nós mesmos e assim podermos enfrentar e vencer o mal.
Continuo fazendo efetivamente alguma diferença na vida de muitas crianças cujos direitos e dignidade foram violados, porque creio em meu DEUS e no poder DELE em minha vida.
Se não fosse assim já estaria há muito tempo com ELE lá no CÉU.
Não adianta só denunciar, temos que enfrentar e tirar estes homens que insistem em fazer do cargo que ocupam seu castelo forte.
Sentem-se verdadeiros deuses e esquecem-se do verdadeiro motivo que os levou a ocupar aquele lugar.
Fico pensando se o verdadeiro motivo de disputarem uma eleição, não foi para que ficassem acima das leis.
Penso que as leis foram feitas para favorecer os homens de má fé e punirem os de boa fé.
O que vocês acham?
Pensem nisso.
Talvez eu esteja completamente errado, mas se eu tiver apenas uma pontinha de razão no que escrevo!
Como fica!!!!
Abços.
Ed
http://www.estadao.com.br/especiais/2009/11/crimesnobrasil_if_es.pdf
sábado, 20 de março de 2010
Vítimas criticam resposta do papa a abusos contra menores: O Papa errou ao não pedir a renúncia do primaz da Igreja Católica irlandesa, o cardeal Sean Brady.
20/03/2010 - 11h13
Em Dublin
Os grupos de vítimas de abusos sexuais cometidos por padres pedófilos na Irlanda se declararam decepcionados com o conteúdo da carta pastoral em que o papa Bento XVI comenta o assunto.
Na opinião de Lewis, o principal alvo do papa na carta são os padres irlandeses do baixo clero.
Ela também achou que o pontífice, além de ter se esquecido de reconhecer a responsabilidade do Vaticano nos abusos sexuais contra menores cometidos na Irlanda e no resto do mundo, errou ao não pedir a renúncia do primaz da Igreja Católica irlandesa, o cardeal Sean Brady.
Outra vítima dos abusos sexuais, Andrew Madden, afirmou em nota que a Carta "não aborda este assunto com total seriedade".
"O contexto é, certamente, inadequado, já que, por definição, uma carta pastoral é dirigida apenas aos católicos praticantes e, portanto, faz caso omisso de muitas outras pessoas que se viram afetadas por esta questão", explicou Madden.
"Como prevíamos, a carta também não aborda nenhum dos assuntos que eu e outros grupos apresentamos no mês passado em nossa carta aberta ao papa", acrescentou.
Esse texto, além de desculpas, pedia que o Vaticano reconhecesse sua culpa nos casos e que o papa aceitasse a renúncia de vários integrantes do alto clero irlandês, inclusive a do cardeal Brady.
"Uma carta pastoral não é a maneira de dar uma resposta aos relatórios de Ferns, Ryan e Murphy, que tratavam de violações, maus-tratos e abusos sexuais contra crianças cometidos por padres e religiosos neste país e que foram ocultados pelas autoridades da Igreja", concluiu Madden.
Igreja Católica irlandesa agradece ao papa Bento 16 por carta sobre abusos sexuais
Com carta, igreja reconhece o problema dos abusos sexuais, diz especialista
Papa expressa 'vergonha' por crimes de pedofilia e critica Igreja Católica da Irlanda
"Sentimos que a carta fica aquém (das expectativas) na hora de abordar as preocupações das vítimas", disse Maeve Lewis, diretora-executiva da One in Four.
Em Dublin
Os grupos de vítimas de abusos sexuais cometidos por padres pedófilos na Irlanda se declararam decepcionados com o conteúdo da carta pastoral em que o papa Bento XVI comenta o assunto.
Na opinião de Lewis, o principal alvo do papa na carta são os padres irlandeses do baixo clero.
Ela também achou que o pontífice, além de ter se esquecido de reconhecer a responsabilidade do Vaticano nos abusos sexuais contra menores cometidos na Irlanda e no resto do mundo, errou ao não pedir a renúncia do primaz da Igreja Católica irlandesa, o cardeal Sean Brady.
Outra vítima dos abusos sexuais, Andrew Madden, afirmou em nota que a Carta "não aborda este assunto com total seriedade".
"O contexto é, certamente, inadequado, já que, por definição, uma carta pastoral é dirigida apenas aos católicos praticantes e, portanto, faz caso omisso de muitas outras pessoas que se viram afetadas por esta questão", explicou Madden.
"Como prevíamos, a carta também não aborda nenhum dos assuntos que eu e outros grupos apresentamos no mês passado em nossa carta aberta ao papa", acrescentou.
Esse texto, além de desculpas, pedia que o Vaticano reconhecesse sua culpa nos casos e que o papa aceitasse a renúncia de vários integrantes do alto clero irlandês, inclusive a do cardeal Brady.
"Uma carta pastoral não é a maneira de dar uma resposta aos relatórios de Ferns, Ryan e Murphy, que tratavam de violações, maus-tratos e abusos sexuais contra crianças cometidos por padres e religiosos neste país e que foram ocultados pelas autoridades da Igreja", concluiu Madden.
Igreja Católica irlandesa agradece ao papa Bento 16 por carta sobre abusos sexuais
Com carta, igreja reconhece o problema dos abusos sexuais, diz especialista
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"Sentimos que a carta fica aquém (das expectativas) na hora de abordar as preocupações das vítimas", disse Maeve Lewis, diretora-executiva da One in Four.
Papa expressa 'vergonha' por crimes de pedofilia e critica Igreja Católica da Irlanda
20/03/2010 - 08h44
Na Cidade do Vaticano
O papa Bento 16, em uma carta aos fiéis irlandeses, se disse envergonhado pelos abusos cometidos no seio da Igreja Católica da Irlanda, criticou a postura das autoridades eclesiásticas dessa diocese e ordenou aos bispos que ajudem as autoridades civis.
Diante da "gravidade" dos pecados relacionados aos crimes de pedofilia cometidos na Irlanda, houve uma "resposta inadequada" por parte "das autoridades eclesiásticas", afirmou o Pontífice, em um texto divulgado hoje e que fora assinado por ele na tarde de ontem.
"Expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos provamos", complementou o Papa, esclarecendo às vítimas que este também é um "grande dano" à Igreja e "à pública percepção do sacerdócio e da vida religiosa".
"A Justiça de Deus exige que assumamos nossas ações sem ocultar nada", por isso, "reconheçam abertamente a sua culpa, submetam-se às exigências da Justiça", determinou aos envolvidos nas agressões.
Aos padres pedófilos, Bento 16 reiterou que estes devem responder por seus crimes, "perante ao Deus onipotente e também frente aos tribunais devidamente constituídos".
Dirigindo-se especificamente aos "sacerdotes e aos religiosos que abusaram das crianças", ele disse compartilhar do "temor" de tantos fieis, pela "traição" dos abusos e desejou "o renascimento" da Igreja Católica na Irlanda.
Às vítimas, que "sofreram muito" e "que nunca se poderá anular o mal que suportaram", Bento 16 reconheceu que "foi traída a vossa confiança, a vossa dignidade foi violada".
"Muitos de vocês experimentaram que, quando eram suficientemente corajosos para falar do que havia ocorrido, ninguém os ouvia", por isso, "é compreensível que, para vocês, seja difícil perdoar ou se reconciliar com a Igreja" e "sei que para alguns de vocês é difícil também entrar em uma igreja depois do que ocorreu", disse.
"Com humildade", o Pontífice pediu ainda que as pessoas que foram abusadas "não percam a esperança" e as convidou a confiarem "no poder do amor de Jesus", pois ele também "foi vítima da injustiça e do pecado", que leva "à libertação e à promessa de um novo começo".
Os casos de abusos contra crianças, cometidos por décadas por integrantes de instituições católicas irlandesas e que foram acobertados pela diocese de Dublin, vieram à tona em novembro do último ano com a divulgação do relatório da Comissão Murphy, elaborado pela juíza Yvonne Murphy.
Ao tomar conhecimento da denúncia, o Papa se disse "chocado e angustiado" e condenou qualquer tipo de abuso contra crianças. Depois disso, diversos bispos apontados pelo relatório renunciaram.
A carta divulgada hoje foi anunciada por Bento XVI após reuniões com os religiosos. O texto era aguardado com grande expectativa diante dos diversos casos denunciados recentemente em outros países.
Em 2002, foi descoberto que sacerdotes abusaram sexualmente de cerca de 14 mil crianças nos Estados Unidos. Atualmente, são investigadas denúncias em várias nações, como Alemanha, Áustria, Brasil, Holanda e México.
• Vítimas de abuso sexual preparam ação contra Igreja Católica na Áustria
• Papa anuncia medidas pelo restabelecimento da Igreja na Irlanda
• Igreja Católica irlandesa agradece ao papa Bento 16 por carta sobre abusos sexuais
• Com carta, igreja reconhece o problema dos abusos sexuais, diz especialista
• Vítimas criticam resposta do papa Bento 16 a abusos contra menores
Na Cidade do Vaticano
O papa Bento 16, em uma carta aos fiéis irlandeses, se disse envergonhado pelos abusos cometidos no seio da Igreja Católica da Irlanda, criticou a postura das autoridades eclesiásticas dessa diocese e ordenou aos bispos que ajudem as autoridades civis.
Diante da "gravidade" dos pecados relacionados aos crimes de pedofilia cometidos na Irlanda, houve uma "resposta inadequada" por parte "das autoridades eclesiásticas", afirmou o Pontífice, em um texto divulgado hoje e que fora assinado por ele na tarde de ontem.
"Expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos provamos", complementou o Papa, esclarecendo às vítimas que este também é um "grande dano" à Igreja e "à pública percepção do sacerdócio e da vida religiosa".
"A Justiça de Deus exige que assumamos nossas ações sem ocultar nada", por isso, "reconheçam abertamente a sua culpa, submetam-se às exigências da Justiça", determinou aos envolvidos nas agressões.
Aos padres pedófilos, Bento 16 reiterou que estes devem responder por seus crimes, "perante ao Deus onipotente e também frente aos tribunais devidamente constituídos".
Dirigindo-se especificamente aos "sacerdotes e aos religiosos que abusaram das crianças", ele disse compartilhar do "temor" de tantos fieis, pela "traição" dos abusos e desejou "o renascimento" da Igreja Católica na Irlanda.
Às vítimas, que "sofreram muito" e "que nunca se poderá anular o mal que suportaram", Bento 16 reconheceu que "foi traída a vossa confiança, a vossa dignidade foi violada".
"Muitos de vocês experimentaram que, quando eram suficientemente corajosos para falar do que havia ocorrido, ninguém os ouvia", por isso, "é compreensível que, para vocês, seja difícil perdoar ou se reconciliar com a Igreja" e "sei que para alguns de vocês é difícil também entrar em uma igreja depois do que ocorreu", disse.
"Com humildade", o Pontífice pediu ainda que as pessoas que foram abusadas "não percam a esperança" e as convidou a confiarem "no poder do amor de Jesus", pois ele também "foi vítima da injustiça e do pecado", que leva "à libertação e à promessa de um novo começo".
Os casos de abusos contra crianças, cometidos por décadas por integrantes de instituições católicas irlandesas e que foram acobertados pela diocese de Dublin, vieram à tona em novembro do último ano com a divulgação do relatório da Comissão Murphy, elaborado pela juíza Yvonne Murphy.
Ao tomar conhecimento da denúncia, o Papa se disse "chocado e angustiado" e condenou qualquer tipo de abuso contra crianças. Depois disso, diversos bispos apontados pelo relatório renunciaram.
A carta divulgada hoje foi anunciada por Bento XVI após reuniões com os religiosos. O texto era aguardado com grande expectativa diante dos diversos casos denunciados recentemente em outros países.
Em 2002, foi descoberto que sacerdotes abusaram sexualmente de cerca de 14 mil crianças nos Estados Unidos. Atualmente, são investigadas denúncias em várias nações, como Alemanha, Áustria, Brasil, Holanda e México.
• Vítimas de abuso sexual preparam ação contra Igreja Católica na Áustria
• Papa anuncia medidas pelo restabelecimento da Igreja na Irlanda
• Igreja Católica irlandesa agradece ao papa Bento 16 por carta sobre abusos sexuais
• Com carta, igreja reconhece o problema dos abusos sexuais, diz especialista
• Vítimas criticam resposta do papa Bento 16 a abusos contra menores
Protesto contra aborto reúne 3 mil no centro de SP
20/03/2010 - 12h33
Agência Estado
São Paulo - Cerca de 3 mil pessoas realizam um protesto desde às 9h30 deste sábado, no centro de São Paulo, contra a legalização do aborto no Brasil. Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que autoriza a interrupção da gravidez em até a 24ª semana de gestação.
De acordo com a Polícia Militar, integrantes da Campanha Nacional pela Vida iniciaram a manifestação no Viaduto Jacareí. Por volta do meio-dia, os manifestantes estavam na Praça da Sé, onde haverá um show.
Agência Estado
São Paulo - Cerca de 3 mil pessoas realizam um protesto desde às 9h30 deste sábado, no centro de São Paulo, contra a legalização do aborto no Brasil. Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que autoriza a interrupção da gravidez em até a 24ª semana de gestação.
De acordo com a Polícia Militar, integrantes da Campanha Nacional pela Vida iniciaram a manifestação no Viaduto Jacareí. Por volta do meio-dia, os manifestantes estavam na Praça da Sé, onde haverá um show.
sexta-feira, 19 de março de 2010
Brasil tem quatro cidades entre as mais desiguais do mundo, diz ONU
19/03/2010 - 16h44
Do UOL Notícias
Em São PauloUm relatório das Nações Unidas divulgado nesta sexta-feira (19) apontou Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte e Brasília como as cidades de maior desigualdade social no Brasil. Os três municípios que encabeçam a lista ficam na África do Sul, que receberá a Copa do Mundo deste ano.
Brasil poderia ter investido mais na melhoria de favelas, diz oficial da ONU
Cerca de 10,4 milhões de pessoas deixaram de morar em favelas no Brasil nos últimos dez anos, segundo estudo divulgado ontem (18) pela agência da Organização das Nações Unidas para Habitação (ONU-Habitat). Isso significa que a população das favelas foi reduzida em 16% no país. No entanto, diz o coordenador da pesquisa, Eduardo López Moreno, o progresso brasileiro poderia ter sido maior
Os municípios líderes em desigualdade, de acordo com a pesquisa feita em 109 países, são os sul-africanos Buffalo City, Johannesburgo e Ekurhuleni, logo à frente dos quatro brasileiros. A medida foi tirada levando em conta o índice de Gini, que se baseia na renda e varia de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade social.
As cidades sul-africanas marcaram coeficiente de 0,71 ou mais, enquanto as brasileiras exibem mais de 0,60 no índice. O índice de desigualdade, no entanto, nem sempre se refere a pobreza. Brasília é um exemplo de cidade com ampla rede de serviços públicos, por exemplo, mas a diferença de renda pesa no indicador.
Favelas
Na quinta-feira, dados do mesmo estudo apontaram que o Brasil reduziu em 16% sua população de favelas, com cerca de 10,4 milhões de pessoas deixando esse tipo de habitação nos últimos 10 anos. Apesar disso, o número de habitantes de moradia precária em todo o mundo no mesmo período avançou de 776,7 milhões para 827,6 milhões.
O número de brasileiros que moram em favelas diminuiu de 31,5% para 26,4% em dez anos devido à adoção de políticas econômicas e sociais, à diminuição da taxa de natalidade e à migração do campo para a cidade, disse o relatório da ONU.
Do UOL Notícias
Em São PauloUm relatório das Nações Unidas divulgado nesta sexta-feira (19) apontou Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte e Brasília como as cidades de maior desigualdade social no Brasil. Os três municípios que encabeçam a lista ficam na África do Sul, que receberá a Copa do Mundo deste ano.
Brasil poderia ter investido mais na melhoria de favelas, diz oficial da ONU
Cerca de 10,4 milhões de pessoas deixaram de morar em favelas no Brasil nos últimos dez anos, segundo estudo divulgado ontem (18) pela agência da Organização das Nações Unidas para Habitação (ONU-Habitat). Isso significa que a população das favelas foi reduzida em 16% no país. No entanto, diz o coordenador da pesquisa, Eduardo López Moreno, o progresso brasileiro poderia ter sido maior
Os municípios líderes em desigualdade, de acordo com a pesquisa feita em 109 países, são os sul-africanos Buffalo City, Johannesburgo e Ekurhuleni, logo à frente dos quatro brasileiros. A medida foi tirada levando em conta o índice de Gini, que se baseia na renda e varia de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade social.
As cidades sul-africanas marcaram coeficiente de 0,71 ou mais, enquanto as brasileiras exibem mais de 0,60 no índice. O índice de desigualdade, no entanto, nem sempre se refere a pobreza. Brasília é um exemplo de cidade com ampla rede de serviços públicos, por exemplo, mas a diferença de renda pesa no indicador.
Favelas
Na quinta-feira, dados do mesmo estudo apontaram que o Brasil reduziu em 16% sua população de favelas, com cerca de 10,4 milhões de pessoas deixando esse tipo de habitação nos últimos 10 anos. Apesar disso, o número de habitantes de moradia precária em todo o mundo no mesmo período avançou de 776,7 milhões para 827,6 milhões.
O número de brasileiros que moram em favelas diminuiu de 31,5% para 26,4% em dez anos devido à adoção de políticas econômicas e sociais, à diminuição da taxa de natalidade e à migração do campo para a cidade, disse o relatório da ONU.
Crack sai dos guetos e se alastra pelo Brasil
Qui, 18 Mar, 07h55
Por Juliano Costa, Redação Yahoo! Brasil
A imagem de um garoto de 13 anos acorrentado pela própria mãe chocou o Brasil esta semana. Josiane Ferraz, uma faxineira de Piracicaba (SP), resolveu prender o filho para que ele não saísse de casa atrás de crack. Ela responde agora a processo por maus-tratos, mas já avisou que, se for preciso, vai voltar a acorrentar o garoto. "Não quero vê-lo morrer por causa de droga."
Histórias de vício como a do menino de Piracicaba se alastram pelo país. O crack já assola todas as faixas etárias, todas as classes sociais, e não está mais restrito às grandes capitais - Piracicaba, por exemplo, está a 164 km de São Paulo, cidade que registrou o relato de uso de crack no país, em 1989.
O consumo se disseminou a tal ponto que o presidente Lula veio a público externar sua preocupação. Ele determinou a criação de um seminário nacional que discuta a questão do crack e seus efeitos nocivos na juventude brasileira. "Eu nunca vi tanta gente se queixando dos efeitos do crack como tenho visto atualmente quando converso com os prefeitos", disse Lula, em entrevista recente.
O crack se alastra porque é uma droga barata e mais viciante (e devastadora) que as outras. Drogas como maconha, cocaína e LSD foram ícones de uma época - chegaram às ruas quase como um passaporte de entrada obrigatório para certos círculos sociais, principalmente nos anos 70 (maconha) e 80 (cocaína). Já o crack nunca teve glamour. A Cracolândia, área mais degradada do decadente centro de São Paulo, era praticamente seu único habitat. Acabou se alastrando no boca a boca, chegando à classe média. "Não existe essa coisa de droga de pobre ou droga de rico", diz o dr. Carlos Salgado, presidente da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas). "Uma droga leva à outra. Quem fuma maconha pode passar a fumar crack quando ouve que aquilo vai dar um barato maior."
O crack nasceu nos guetos americanos e se alastrou pelo mundo, principalmente nas grandes cidades. Mas hoje já há relatos de grupos de viciados até em plantações de cana no Brasil. Nas cidades do interior, lugares como rodoviárias e praças centrais parecem ter se tornado "filiais" da cracolândia paulistana.
No Rio, os próprios traficantes coibiam a disseminação do crack devido ao seu enorme potencial viciante - havia o risco de os "funcionários" do tráfico ficarem "inúteis" depois de consumirem o crack e, por ser uma droga mais barata, o foco das vendas sempre foi a maconha e a cocaína. "Mas agora isso saiu de controle. Vejo o crack se alastrando de forma alarmante", diz o rapper MV Bill, espécie de líder comunitário da Cidade de Deus, uma das regiões mais pobres do Rio de Janeiro. "Vejo crianças se viciando. Vejo meninos partindo para o latrocínio e meninas se prostituindo em troca de crack. É um cenário muito preocupante e vejo pouca movimentação das autoridades no sentido de coibir o crescimento dessa droga", emenda MV Bill.
Novidade
Dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro mostram que o crack é a única droga que cresce em número de apreensões no estado. Dos entorpecentes apreendidos pela polícia em 2009, 10,8% eram crack. No ano anterior, esse número foi de 9%. Maconha (49,9%) e cocaína (37,3%) ainda lideram o ranking com folga. Mas isso porque o crack ainda é novidade no Rio. "Essa sempre foi uma droga muito consumida em São Paulo. Aqui era muito raro ver dependente de crack", relata MV Bill.
A droga cresce também em Salvador. Dentre os viciados em entorpecentes atendidos pelo Programa de Redução de Danos da Universidade Federal da Bahia, 26% eram usuários de crack em 2006. Três anos depois esse número chegou a 37,8%.
De acordo com um levantamento do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da UFRGS, o crack representa 39% dos atendimentos psiquiátricos no Brasil. A dependência da droga deixa o usuário em constante estado de paranoia - ou simplesmente "noia", como eles dizem. Quando o viciado tem o crack, ele fica em alerta para que ninguém tire a droga dele. Quando não a tem, procura desesperadamente formas de conseguir dinheiro para mais algumas "pedras." É aí que surgem os outros crimes ligados ao uso de entorpecente - roubos, furtos, latrocínios, prostituição. Tudo para conseguir a droga.
A pesquisa da UFRGS mostrou também que a grande maioria dos usuários de crack que buscaram ajuda especializada são homens (81,9%) jovens (31 anos, abaixo da média geral para outros tipos de viciados, que é de 42). O nível de desemprego é altíssimo: 52,2%, muito acima da média nacional, que é de pouco mais de 7%.
Como é mais fácil - e muito mais barato - prevenir do que remediar, o Ministério da Saúde se lançou de cabeça na luta contra o crack, investindo pesado em campanhas de conscientização na TV e no rádio. "O problema é que a iniciação geralmente acontece em casa, com drogas em tese menos devastadoras, mas que servem de porta de entrada para o crack", diz Carlos Salgado, da Abead.
O crack é barato porque é feito de sobras do refino da cocaína - as pedras resultam da fervura desse material com água e bicarbonato de sódio. Mas o efeito é muito mais devastador que o da cocaína quando aspirada. Em 10 a 15 segundos, os primeiros efeitos do crack são sentidos, enquanto os da cocaína surgem após 10 a 15 minutos. O viciado em crack, porém, precisa de várias doses durante o dia para se dar por satisfeito. "É uma droga mais barata que as outras, mas ela é de ação rápida e, por isso, induz à repetição. É como a nicotina - a pessoa precisa de 20 a 30 doses por dia para se dar por satisfeita", diz Salgado.
Uma pedra de crack custa em média R$ 5, mas pode ser adquirida até por R$ 3, dependendo da relação do viciado com o traficante. Como o usuário precisa de várias doses, o gasto médio supera os R$ 30 por dia. Sem trabalho - e consequentemente sem renda -, o viciado passa a cometer pequenos furtos para conseguir o dinheiro. No caso do garoto de Piracicaba, até o estojo de maquiagem da mãe "virou" crack.
Com a repercussão da história, uma clínica particular de Sumaré, cidade próxima a Piracicaba, ofereceu tratamento de graça ao garoto.
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Por Juliano Costa, Redação Yahoo! Brasil
A imagem de um garoto de 13 anos acorrentado pela própria mãe chocou o Brasil esta semana. Josiane Ferraz, uma faxineira de Piracicaba (SP), resolveu prender o filho para que ele não saísse de casa atrás de crack. Ela responde agora a processo por maus-tratos, mas já avisou que, se for preciso, vai voltar a acorrentar o garoto. "Não quero vê-lo morrer por causa de droga."
Histórias de vício como a do menino de Piracicaba se alastram pelo país. O crack já assola todas as faixas etárias, todas as classes sociais, e não está mais restrito às grandes capitais - Piracicaba, por exemplo, está a 164 km de São Paulo, cidade que registrou o relato de uso de crack no país, em 1989.
O consumo se disseminou a tal ponto que o presidente Lula veio a público externar sua preocupação. Ele determinou a criação de um seminário nacional que discuta a questão do crack e seus efeitos nocivos na juventude brasileira. "Eu nunca vi tanta gente se queixando dos efeitos do crack como tenho visto atualmente quando converso com os prefeitos", disse Lula, em entrevista recente.
O crack se alastra porque é uma droga barata e mais viciante (e devastadora) que as outras. Drogas como maconha, cocaína e LSD foram ícones de uma época - chegaram às ruas quase como um passaporte de entrada obrigatório para certos círculos sociais, principalmente nos anos 70 (maconha) e 80 (cocaína). Já o crack nunca teve glamour. A Cracolândia, área mais degradada do decadente centro de São Paulo, era praticamente seu único habitat. Acabou se alastrando no boca a boca, chegando à classe média. "Não existe essa coisa de droga de pobre ou droga de rico", diz o dr. Carlos Salgado, presidente da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas). "Uma droga leva à outra. Quem fuma maconha pode passar a fumar crack quando ouve que aquilo vai dar um barato maior."
O crack nasceu nos guetos americanos e se alastrou pelo mundo, principalmente nas grandes cidades. Mas hoje já há relatos de grupos de viciados até em plantações de cana no Brasil. Nas cidades do interior, lugares como rodoviárias e praças centrais parecem ter se tornado "filiais" da cracolândia paulistana.
No Rio, os próprios traficantes coibiam a disseminação do crack devido ao seu enorme potencial viciante - havia o risco de os "funcionários" do tráfico ficarem "inúteis" depois de consumirem o crack e, por ser uma droga mais barata, o foco das vendas sempre foi a maconha e a cocaína. "Mas agora isso saiu de controle. Vejo o crack se alastrando de forma alarmante", diz o rapper MV Bill, espécie de líder comunitário da Cidade de Deus, uma das regiões mais pobres do Rio de Janeiro. "Vejo crianças se viciando. Vejo meninos partindo para o latrocínio e meninas se prostituindo em troca de crack. É um cenário muito preocupante e vejo pouca movimentação das autoridades no sentido de coibir o crescimento dessa droga", emenda MV Bill.
Novidade
Dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro mostram que o crack é a única droga que cresce em número de apreensões no estado. Dos entorpecentes apreendidos pela polícia em 2009, 10,8% eram crack. No ano anterior, esse número foi de 9%. Maconha (49,9%) e cocaína (37,3%) ainda lideram o ranking com folga. Mas isso porque o crack ainda é novidade no Rio. "Essa sempre foi uma droga muito consumida em São Paulo. Aqui era muito raro ver dependente de crack", relata MV Bill.
A droga cresce também em Salvador. Dentre os viciados em entorpecentes atendidos pelo Programa de Redução de Danos da Universidade Federal da Bahia, 26% eram usuários de crack em 2006. Três anos depois esse número chegou a 37,8%.
De acordo com um levantamento do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da UFRGS, o crack representa 39% dos atendimentos psiquiátricos no Brasil. A dependência da droga deixa o usuário em constante estado de paranoia - ou simplesmente "noia", como eles dizem. Quando o viciado tem o crack, ele fica em alerta para que ninguém tire a droga dele. Quando não a tem, procura desesperadamente formas de conseguir dinheiro para mais algumas "pedras." É aí que surgem os outros crimes ligados ao uso de entorpecente - roubos, furtos, latrocínios, prostituição. Tudo para conseguir a droga.
A pesquisa da UFRGS mostrou também que a grande maioria dos usuários de crack que buscaram ajuda especializada são homens (81,9%) jovens (31 anos, abaixo da média geral para outros tipos de viciados, que é de 42). O nível de desemprego é altíssimo: 52,2%, muito acima da média nacional, que é de pouco mais de 7%.
Como é mais fácil - e muito mais barato - prevenir do que remediar, o Ministério da Saúde se lançou de cabeça na luta contra o crack, investindo pesado em campanhas de conscientização na TV e no rádio. "O problema é que a iniciação geralmente acontece em casa, com drogas em tese menos devastadoras, mas que servem de porta de entrada para o crack", diz Carlos Salgado, da Abead.
O crack é barato porque é feito de sobras do refino da cocaína - as pedras resultam da fervura desse material com água e bicarbonato de sódio. Mas o efeito é muito mais devastador que o da cocaína quando aspirada. Em 10 a 15 segundos, os primeiros efeitos do crack são sentidos, enquanto os da cocaína surgem após 10 a 15 minutos. O viciado em crack, porém, precisa de várias doses durante o dia para se dar por satisfeito. "É uma droga mais barata que as outras, mas ela é de ação rápida e, por isso, induz à repetição. É como a nicotina - a pessoa precisa de 20 a 30 doses por dia para se dar por satisfeita", diz Salgado.
Uma pedra de crack custa em média R$ 5, mas pode ser adquirida até por R$ 3, dependendo da relação do viciado com o traficante. Como o usuário precisa de várias doses, o gasto médio supera os R$ 30 por dia. Sem trabalho - e consequentemente sem renda -, o viciado passa a cometer pequenos furtos para conseguir o dinheiro. No caso do garoto de Piracicaba, até o estojo de maquiagem da mãe "virou" crack.
Com a repercussão da história, uma clínica particular de Sumaré, cidade próxima a Piracicaba, ofereceu tratamento de graça ao garoto.
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Notificar para bem cuidar( mais um recurso para enfrentar a violência no Brasil )
Jornal do Commercio
Publicado em 17.03.2010
Salvador Soler
Ciente de que Pernambuco é um dos Estados que detém maiores indicadores de mortes violentas, o Unicef reconhece importantes esforços para mudar essa situação por parte do governo do Estado e da sociedade. Não podemos, no entanto, esquecer que a situação é ainda muito grave, e que mais pessoas devem ser envolvidas nesse esforço. Ainda há entre nós uma cultura de tolerância à violência, que se manifesta no comportamento de famílias quando adotam a violência física como meio de educação de seus filhos ou entre grupos de crianças e adolescentes que tentam resolver suas desavenças a socos e pontapés, ou entre torcidas rivais, ou na violência entre crianças ou adolescentes nas escolas, ou ainda nos trotes selvagens em universidades. Toda essa violência pode ter seu deságue final na morte por assassinato, de uma forma indiscriminada, só porque alguém se deixou levar por ira irracional. Para que a cultura de violência não chegue ao seu ápice, com a banalização do assassinato, é preciso trabalhar tão logo ela se manifeste, não deixando que a violência seja aceita nem tolerada de forma que a deixemos passar como se nada houvesse acontecido.
Uma forma de engajamento nessa luta é a notificação de violências. Esse sistema é um instrumento legal previsto em lei, cuja finalidade é a proteção da pessoa. O instituto da notificação também está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, especificamente para proteger a integridade de crianças e de adolescentes que estejam sofrendo violência de qualquer tipo, ou mesmo sendo ameaçadas de violência. A notificação é um ato obrigatório do agente público quando percebe que a criança ou o adolescente, que tem diante se si, está sendo vítima de violência. A lei exige inclusive que sejam notificadas suspeitas. A tolerância da lei contra a violência é absolutamente nenhuma.
O Unicef realizou, em parceria com o Centro dom Helder Câmara (Cendhec), as prefeituras do Recife, de Jaboatão e Olinda e o governo do Estado, um trabalho cujo título é Saber notificar para bem cuidar, que visa aprimorar o sistema de notificação de violência nesses municípios. Representações dos Conselhos de Direitos e dos Conselhos Tutelares dos também participaram da ação. Como primeiros resultados dessa integração de esforços, duas questões aparecem como pontos a serem superados: a necessidade de fortalecer e expandir as atividades integradas dos diferentes organismos que trabalham tanto a notificação como suas consequências e a garantia da segurança dos que analisam e atuam nos encaminhamentos das notificações de violências. As prefeituras envolvidas estão tomando providências institucionais para solucionar esses entraves de forma que, ao final deste mês, um seminário de estudos permita compartilhar o que foi realizado e seus resultados iniciais. Para que esse esforço institucional produza resultados permanentes é necessário o compromisso dos agentes públicos, seja médico, enfermeiro, agente comunitário de saúde, professor, monitor, entre outros, para evitar que uma criança ou adolescente sofra violência. O relatório mundial sobre o tema, elaborado pelas Nações Unidas em 2005, termina com um apelo geral: nenhuma violência contra uma criança ou adolescente é admissível.
A cultura de paz é bem concreta: tem lugar e hora para ser praticada, não depende de programações ou de instituições públicas, depende de cada pessoa ali onde ela está. Por isso, cuidar das crianças e dos adolescentes e combater o nível alto de homicídios implica práticas cotidianas contra a violência - inclusive através da notificação de violências. Dedico este artigo à memória de Alcides do Nascimento Lins, estudante de Biomedicina da UFPE, assassinado no Recife no dia 5 de fevereiro último.
» Salvador Soler, coordenador do escritório do Unicef em Recife para os Estados de AL, PB e PE
Fonte: Jornal do Commércio
Publicado em 17.03.2010
Salvador Soler
Ciente de que Pernambuco é um dos Estados que detém maiores indicadores de mortes violentas, o Unicef reconhece importantes esforços para mudar essa situação por parte do governo do Estado e da sociedade. Não podemos, no entanto, esquecer que a situação é ainda muito grave, e que mais pessoas devem ser envolvidas nesse esforço. Ainda há entre nós uma cultura de tolerância à violência, que se manifesta no comportamento de famílias quando adotam a violência física como meio de educação de seus filhos ou entre grupos de crianças e adolescentes que tentam resolver suas desavenças a socos e pontapés, ou entre torcidas rivais, ou na violência entre crianças ou adolescentes nas escolas, ou ainda nos trotes selvagens em universidades. Toda essa violência pode ter seu deságue final na morte por assassinato, de uma forma indiscriminada, só porque alguém se deixou levar por ira irracional. Para que a cultura de violência não chegue ao seu ápice, com a banalização do assassinato, é preciso trabalhar tão logo ela se manifeste, não deixando que a violência seja aceita nem tolerada de forma que a deixemos passar como se nada houvesse acontecido.
Uma forma de engajamento nessa luta é a notificação de violências. Esse sistema é um instrumento legal previsto em lei, cuja finalidade é a proteção da pessoa. O instituto da notificação também está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, especificamente para proteger a integridade de crianças e de adolescentes que estejam sofrendo violência de qualquer tipo, ou mesmo sendo ameaçadas de violência. A notificação é um ato obrigatório do agente público quando percebe que a criança ou o adolescente, que tem diante se si, está sendo vítima de violência. A lei exige inclusive que sejam notificadas suspeitas. A tolerância da lei contra a violência é absolutamente nenhuma.
O Unicef realizou, em parceria com o Centro dom Helder Câmara (Cendhec), as prefeituras do Recife, de Jaboatão e Olinda e o governo do Estado, um trabalho cujo título é Saber notificar para bem cuidar, que visa aprimorar o sistema de notificação de violência nesses municípios. Representações dos Conselhos de Direitos e dos Conselhos Tutelares dos também participaram da ação. Como primeiros resultados dessa integração de esforços, duas questões aparecem como pontos a serem superados: a necessidade de fortalecer e expandir as atividades integradas dos diferentes organismos que trabalham tanto a notificação como suas consequências e a garantia da segurança dos que analisam e atuam nos encaminhamentos das notificações de violências. As prefeituras envolvidas estão tomando providências institucionais para solucionar esses entraves de forma que, ao final deste mês, um seminário de estudos permita compartilhar o que foi realizado e seus resultados iniciais. Para que esse esforço institucional produza resultados permanentes é necessário o compromisso dos agentes públicos, seja médico, enfermeiro, agente comunitário de saúde, professor, monitor, entre outros, para evitar que uma criança ou adolescente sofra violência. O relatório mundial sobre o tema, elaborado pelas Nações Unidas em 2005, termina com um apelo geral: nenhuma violência contra uma criança ou adolescente é admissível.
A cultura de paz é bem concreta: tem lugar e hora para ser praticada, não depende de programações ou de instituições públicas, depende de cada pessoa ali onde ela está. Por isso, cuidar das crianças e dos adolescentes e combater o nível alto de homicídios implica práticas cotidianas contra a violência - inclusive através da notificação de violências. Dedico este artigo à memória de Alcides do Nascimento Lins, estudante de Biomedicina da UFPE, assassinado no Recife no dia 5 de fevereiro último.
» Salvador Soler, coordenador do escritório do Unicef em Recife para os Estados de AL, PB e PE
Fonte: Jornal do Commércio
quinta-feira, 18 de março de 2010
ESTADO DE MINAS GERAIS( BRASIL): Crescem as denúncias de crimes contra crianças
Aumentou em 83% o número de denúncias de crimes cometidos contra crianças e adolescentes em Minas Gerais nos dois primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2009. Somente neste primeiro bimestre, o Disque Direitos Humanos recebeu 649 relatos de crimes contra esse público. Em janeiro e fevereiro de 2009, foram recebidas 327 denúncias. De acordo com o coordenador do Disque Direitos Humanos, Jorge Noronha, o aumento no recebimento de denúncias se deve à campanha Proteja Nossas Crianças, desenvolvida pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e pelo Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas). Noronha explica que a campanha é divulgada regularmente em diversas ações de cidadania e em locais onde há maior concentração de pessoas.
[Jornal Aqui (MG) -18/03/2010
[Jornal Aqui (MG) -18/03/2010
ESTADO DE GOIAS( BRASIL): Estado é o nono no ranking de abusos sexuais
Goiás figura em nono lugar no ranking de denúncias sobre abuso sexual contra crianças e adolescentes feitas entre maio de 2003 e outubro de 2008 à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Segundo levantamentos da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Goiânia, somente este ano já ocorreram 31 casos de estupros contra meninos e meninas, cinco casos a mais do que os cinco últimos meses de 2009, quando foi criada a tipificação criminal com a nova lei de estupros. O estado perde apenas para o Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Amazonas, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte. De acordo com levantamentos da delegacia, a maioria dos abusos contra crianças e adolescentes deve-se à negligência materna com os filhos.
[O Popular (GO), Malu Longo e Rosana Melo – 18/03/2010]
[O Popular (GO), Malu Longo e Rosana Melo – 18/03/2010]
segunda-feira, 15 de março de 2010
86 mil crianças morrem anualmente em Moçambique
25/02/2010
Cerca de 86 mil crianças morrem, em média anual, em Moçambique, antes de atingirem o primeiro ano de vida e outras 38 mil antes de cinco anos de vida, o que leva a Organização Mundial da Saúde (OMS) a considerar Moçambique como possuindo a maior taxa de mortalidade infantil no mundo.
As mortes são causadas por doenças que podem ser prevenidas, como são os casos da malária, infecções respiratórias agudas, tuberculose, mal-nutrição e HIV/ SIDA, segundo o Ministério da Saúde (MISAU) que organiza, de hoje até sexta-feira, em Maputo, a segunda conferência nacional de Pediatria.
Cerca de 250 especialistas de Saúde de Moçambique e de vários países vão, assim, debater as abordagens integradas de Saúde, com ênfase nas intervenções que já provaram ser bem sucedidas na luta contra as principais causas da morte das crianças.
O impacto das novas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) no tratamento pediátrico do HIV, o tratamento preventivo da malária em crianças e a avaliação das necessidades nutricionais das crianças em tratamento anti-retroviral constituem outros pontos de debate do encontro apoiado pela Iniciativa do Presidente dos Estados Unidos da América de Alívio à SIDA (PEPFAR).
Dentre várias personalidades presentes no encontro destaca-se o ministro da Saúde, Paulo Ivo Garrido, a Primeira Dama de Moçambique, Maria da Luz Guebuza, a embaixadora dos EUA em Moçambique, Leslie Rowe, e Chip Lyons, presidente da Fundação Pediátrica Elizabeth Glassr (EGPAF).
CORREIO DA MANHÃ – 25.02.2010
Cerca de 86 mil crianças morrem, em média anual, em Moçambique, antes de atingirem o primeiro ano de vida e outras 38 mil antes de cinco anos de vida, o que leva a Organização Mundial da Saúde (OMS) a considerar Moçambique como possuindo a maior taxa de mortalidade infantil no mundo.
As mortes são causadas por doenças que podem ser prevenidas, como são os casos da malária, infecções respiratórias agudas, tuberculose, mal-nutrição e HIV/ SIDA, segundo o Ministério da Saúde (MISAU) que organiza, de hoje até sexta-feira, em Maputo, a segunda conferência nacional de Pediatria.
Cerca de 250 especialistas de Saúde de Moçambique e de vários países vão, assim, debater as abordagens integradas de Saúde, com ênfase nas intervenções que já provaram ser bem sucedidas na luta contra as principais causas da morte das crianças.
O impacto das novas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) no tratamento pediátrico do HIV, o tratamento preventivo da malária em crianças e a avaliação das necessidades nutricionais das crianças em tratamento anti-retroviral constituem outros pontos de debate do encontro apoiado pela Iniciativa do Presidente dos Estados Unidos da América de Alívio à SIDA (PEPFAR).
Dentre várias personalidades presentes no encontro destaca-se o ministro da Saúde, Paulo Ivo Garrido, a Primeira Dama de Moçambique, Maria da Luz Guebuza, a embaixadora dos EUA em Moçambique, Leslie Rowe, e Chip Lyons, presidente da Fundação Pediátrica Elizabeth Glassr (EGPAF).
CORREIO DA MANHÃ – 25.02.2010
Supernanny desabafa sobre a gravação mais triste no SBT(Brasil): Crianças são vítimas da falta de educação de seus pais.
Pelo que observo nestas cenas é que o marido parece ser dominado pela mulher que lhe impõe suas vontades.
Não sei se ela tem algum problema para se firmar como esposa e mãe que é.
As vezes temos dificuldades em reconhecer que precisamos de ajuda e nestas horas temos que deixar nosso egoísmo de lado e dar uma oportunidade a nós mesmos.
Temos que deixar que outros nos ajudem a voltar ao caminho certo.
Temos que reconhecer que estamos doentes e precisando de cura.
Não vejo um futuro para esta família e isso é muito sério.
Mas ainda é tempo de cura e para isso é preciso ter coragem.
Ed
http://tvuol.uol.com.br/permalink/?view/id=supernanny-desabafa-sobre-a-gravacao-mais-triste-no-sbt-04021C3766C8C96326/user=uat3dix91wsf/date=2010-03-15&&list/type=tags/tags=2460/edFilter=editorial/
Não sei se ela tem algum problema para se firmar como esposa e mãe que é.
As vezes temos dificuldades em reconhecer que precisamos de ajuda e nestas horas temos que deixar nosso egoísmo de lado e dar uma oportunidade a nós mesmos.
Temos que deixar que outros nos ajudem a voltar ao caminho certo.
Temos que reconhecer que estamos doentes e precisando de cura.
Não vejo um futuro para esta família e isso é muito sério.
Mas ainda é tempo de cura e para isso é preciso ter coragem.
Ed
http://tvuol.uol.com.br/permalink/?view/id=supernanny-desabafa-sobre-a-gravacao-mais-triste-no-sbt-04021C3766C8C96326/user=uat3dix91wsf/date=2010-03-15&&list/type=tags/tags=2460/edFilter=editorial/
Autoridades marroquinas fecham orfanato e expulsam líderes cristãos
Queridos leitores.
Fico imaginando se de fato as crianças são protegidas neste país ou em qualquer outro.
O que na verdade importa para as pessoas adultas e "responsáveis"?
Será que uma religião vale mais que a vida?
Afinal, não temos poder de escolha?
Porque a religião, que é a religação do homem com o DEUS criador do universo, está acima da vida de pequeninos que não podem se defender?
A que deus que estes homens que tomaram esta decisão, estão ligados?
O DEUS verdadeiro é bom, paciente e benigno.
Será que este DEUS concorda com a atitude destes governantes Marroquinos?
O que realmente está por trás desta notícia?
Resposta: Quem se habilita?...
Ed
A agência de notícias International Christian Concern foi informada de que o orfanato Voice of Hope em Ain Leuh, Marrocos, recebeu uma ordem de fechamento do governo.
Os 20 exilados que conduziam o orfanato foram ordenados a sair do país no prazo de três dias. O motivo explicado pelos oficiais é de que os funcionários têm convertido as crianças ao cristianismo.
O orfanato Voice of Hope foi fundado há 10 anos, e cuida das crianças abandonadas pelos pais e pela sociedade. Mais de 30 crianças moravam lá, algumas, desde a sua fundação. Sem o orfanato, o futuro dessas crianças será viver nas ruas ou em dos “enormes” orfanatos do governo.
A ordem de fechamento veio sem aviso prévio. “Sempre fomos abertos em relação a nossa religião para as autoridades”, diz Chris Broadbent, gerente de recursos humanos no orfanato. “Ver as crianças sendo avisadas que teriam que ir embora, que nunca mais nos veríamos de novo, é o pior sentimento que eu já vi. É uma vergonha e uma desgraça para os líderes do Marrocos.”
Esse é o mais recente acontecimento em uma série de ações similares tomadas pelo governo do Marrocos. No dia 4 de fevereiro, as autoridades invadiram uma reunião cristã em Asmis, prendendo 18 e deportando um estrangeiro.
Data: 25/4/2010
Fonte: Portas Abertas
Fico imaginando se de fato as crianças são protegidas neste país ou em qualquer outro.
O que na verdade importa para as pessoas adultas e "responsáveis"?
Será que uma religião vale mais que a vida?
Afinal, não temos poder de escolha?
Porque a religião, que é a religação do homem com o DEUS criador do universo, está acima da vida de pequeninos que não podem se defender?
A que deus que estes homens que tomaram esta decisão, estão ligados?
O DEUS verdadeiro é bom, paciente e benigno.
Será que este DEUS concorda com a atitude destes governantes Marroquinos?
O que realmente está por trás desta notícia?
Resposta: Quem se habilita?...
Ed
A agência de notícias International Christian Concern foi informada de que o orfanato Voice of Hope em Ain Leuh, Marrocos, recebeu uma ordem de fechamento do governo.
Os 20 exilados que conduziam o orfanato foram ordenados a sair do país no prazo de três dias. O motivo explicado pelos oficiais é de que os funcionários têm convertido as crianças ao cristianismo.
O orfanato Voice of Hope foi fundado há 10 anos, e cuida das crianças abandonadas pelos pais e pela sociedade. Mais de 30 crianças moravam lá, algumas, desde a sua fundação. Sem o orfanato, o futuro dessas crianças será viver nas ruas ou em dos “enormes” orfanatos do governo.
A ordem de fechamento veio sem aviso prévio. “Sempre fomos abertos em relação a nossa religião para as autoridades”, diz Chris Broadbent, gerente de recursos humanos no orfanato. “Ver as crianças sendo avisadas que teriam que ir embora, que nunca mais nos veríamos de novo, é o pior sentimento que eu já vi. É uma vergonha e uma desgraça para os líderes do Marrocos.”
Esse é o mais recente acontecimento em uma série de ações similares tomadas pelo governo do Marrocos. No dia 4 de fevereiro, as autoridades invadiram uma reunião cristã em Asmis, prendendo 18 e deportando um estrangeiro.
Data: 25/4/2010
Fonte: Portas Abertas
sábado, 6 de março de 2010
Bispo de Marajó denuncia abuso de menores e tráfico de pessoas no Pará
Posso fazer uma perguntinha?
Por que as autoridades não cumprem a lei lá, afinal estes lugares são fora do território brasileiro?
POR ACASO ELES ESTÃO ACIMA DA LEI?
Afinal a lei é interpretada de maneira diferente dependendo do caso?
Huuuummmmm!
05.03.10 - BRASIL
Tatiana Félix *
Adital -
Após denunciar máfias do tráfico de seres humanos e as redes de abuso sexual de menores em municípios próximos à região de fronteira do estado do Pará, na região Norte brasileira, o bispo da Ilha do Marajó, Dom José Luis Azcona, foi o responsável pela abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia em 2008, que investigou as rotas do tráfico e as redes de exploração sexual na região.
O bispo disse que tomou conhecimento de um dos primeiros casos concretos de tráfico em novembro de 2007, quando uma adolescente de 16 anos, da cidade de Portel (PA), foi presa pela Polícia Federal (PF) no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) antes de embarcar para Madri, na Espanha. Na ocasião ela relatou à PF que dias depois um grupo de meninas seguiria o mesmo destino. A rota identificada saía de Portel, seguia por Breves (PA), Belém (PA), Guarulhos e daí para o exterior.
Por causa das denúncias, ele e outros dois bispos, dom Flávio Giovenale, da Diocese de Abaetetuba, e dom Erwin Krautler, da Prelazia do Xingu, foram ameaçados de morte. "Somos três bispos ameaçados de morte por termos denunciado. Pelo que se consta, há por detrás um grupo forte e influente e, por isso, as autoridades não fazem investigação", desabafou Azcona.
A exploração sexual é uma das principais atividades e vias de acesso para o tráfico de seres humanos. As cidades de Portel, Breves, Belém, Ilha de Marajó, no Pará, Oiapoque no Amapá e países como Guiana Francesa e Suriname, se destacam como rotas de intensa atividade desses crimes na região.
Para ele a ausência de embarcações da Marinha na costa brasileira deixa o Brasil desprotegido e vulnerável às atividades das redes internacionais do crime organizado. "É uma problema de segurança nacional. Desde o Amapá até o Pará não se vê nenhum barco da Marinha fazendo fiscalização e apreensão. É uma área aberta para o mundo e de fácil presença de traficantes", criticou. "Do Amapá para a Guiana Francesa a Marinha não se faz presente nunca", reforçou.
De acordo com o religioso a situação da cidade de Breves é muito semelhante à de Portel, onde é comum encontrar crianças e adolescentes circulando entre as embarcações. Os barcos são locais onde acontecem abuso e exploração sexual e também são meios de transporte das vítimas do tráfico de pessoas.
"Em Breves, toda a orla é indicada por moradores como local de concentração de adolescentes exploradas sexualmente. É algo notório, é uma realidade pública, qualquer um pode ir lá comprovar, a área é escura, sem policiamento e com cenário incentivador de situações de abuso e exploração", relatou.
A ilha do Marajó, por estar em região fronteiriça e próxima da Guiana Francesa, apresenta uma situação de fragilização social. "Marajó está se convertendo num lugar de perversão, de criminalidade precisamente pela ausência do Estado. O Brasil tem que olhar para toda essa Região da desembocadura do Amazonas".
Rotas do tráfico humano saem de Marajó em direção à Guiana Francesa e ao Suriname. Ele enfatizou que o arquipélago está abandonado pelas autoridades e a impunidade impera no local.
O bispo Azcona atua no enfrentamento ao tráfico de seres humanos e combate à exploração sexual com ações, principalmente, no município de Breves.
* Jornalista da Adital
Ao publicar em meio impresso, favor citar a fonte e enviar cópia para: Caixa Postal 131 - CEP 60.001-970 - Fortaleza - Ceará - Brasil
Jalusa Silva de Arruda
Por que as autoridades não cumprem a lei lá, afinal estes lugares são fora do território brasileiro?
POR ACASO ELES ESTÃO ACIMA DA LEI?
Afinal a lei é interpretada de maneira diferente dependendo do caso?
Huuuummmmm!
05.03.10 - BRASIL
Tatiana Félix *
Adital -
Após denunciar máfias do tráfico de seres humanos e as redes de abuso sexual de menores em municípios próximos à região de fronteira do estado do Pará, na região Norte brasileira, o bispo da Ilha do Marajó, Dom José Luis Azcona, foi o responsável pela abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia em 2008, que investigou as rotas do tráfico e as redes de exploração sexual na região.
O bispo disse que tomou conhecimento de um dos primeiros casos concretos de tráfico em novembro de 2007, quando uma adolescente de 16 anos, da cidade de Portel (PA), foi presa pela Polícia Federal (PF) no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) antes de embarcar para Madri, na Espanha. Na ocasião ela relatou à PF que dias depois um grupo de meninas seguiria o mesmo destino. A rota identificada saía de Portel, seguia por Breves (PA), Belém (PA), Guarulhos e daí para o exterior.
Por causa das denúncias, ele e outros dois bispos, dom Flávio Giovenale, da Diocese de Abaetetuba, e dom Erwin Krautler, da Prelazia do Xingu, foram ameaçados de morte. "Somos três bispos ameaçados de morte por termos denunciado. Pelo que se consta, há por detrás um grupo forte e influente e, por isso, as autoridades não fazem investigação", desabafou Azcona.
A exploração sexual é uma das principais atividades e vias de acesso para o tráfico de seres humanos. As cidades de Portel, Breves, Belém, Ilha de Marajó, no Pará, Oiapoque no Amapá e países como Guiana Francesa e Suriname, se destacam como rotas de intensa atividade desses crimes na região.
Para ele a ausência de embarcações da Marinha na costa brasileira deixa o Brasil desprotegido e vulnerável às atividades das redes internacionais do crime organizado. "É uma problema de segurança nacional. Desde o Amapá até o Pará não se vê nenhum barco da Marinha fazendo fiscalização e apreensão. É uma área aberta para o mundo e de fácil presença de traficantes", criticou. "Do Amapá para a Guiana Francesa a Marinha não se faz presente nunca", reforçou.
De acordo com o religioso a situação da cidade de Breves é muito semelhante à de Portel, onde é comum encontrar crianças e adolescentes circulando entre as embarcações. Os barcos são locais onde acontecem abuso e exploração sexual e também são meios de transporte das vítimas do tráfico de pessoas.
"Em Breves, toda a orla é indicada por moradores como local de concentração de adolescentes exploradas sexualmente. É algo notório, é uma realidade pública, qualquer um pode ir lá comprovar, a área é escura, sem policiamento e com cenário incentivador de situações de abuso e exploração", relatou.
A ilha do Marajó, por estar em região fronteiriça e próxima da Guiana Francesa, apresenta uma situação de fragilização social. "Marajó está se convertendo num lugar de perversão, de criminalidade precisamente pela ausência do Estado. O Brasil tem que olhar para toda essa Região da desembocadura do Amazonas".
Rotas do tráfico humano saem de Marajó em direção à Guiana Francesa e ao Suriname. Ele enfatizou que o arquipélago está abandonado pelas autoridades e a impunidade impera no local.
O bispo Azcona atua no enfrentamento ao tráfico de seres humanos e combate à exploração sexual com ações, principalmente, no município de Breves.
* Jornalista da Adital
Ao publicar em meio impresso, favor citar a fonte e enviar cópia para: Caixa Postal 131 - CEP 60.001-970 - Fortaleza - Ceará - Brasil
Jalusa Silva de Arruda
quinta-feira, 4 de março de 2010
Acidentes representam a principal causa de morte de crianças e adolescentes no Brasil
É inacreditável como neste país, as crianças morrem por causas banais.
A vida torna-se banal pela falta de educação da população que insiste em conservar o descaso como marca registrada de seu comportamento.
Ed
http://estradas.com.br/blog
Posted by Editor on 08/07/2009 under Segurança no Trânsito
Be the First to Comment
Os acidentes na infância representam a principal causa de morte de crianças e adolescentes de 1 a 14 anos no Brasil. Em 2006, segundo últimos dados divulgados pelo DATASUS/Ministério da Saúde, 5520 crianças morreram e mais de 137 mil foram hospitalizadas vítimas de acidentes de trânsito, afogamentos, sufocações, queimaduras, quedas, intoxicações e outros.
Segundo a ONG Criança Segura, o perigo não está só dentro de casa – no período das férias, é natural que a criança permaneça mais tempo em casa e por isso podem estar mais expostas a determinados tipos de acidentes comuns do ambiente doméstico como quedas, queimaduras, intoxicações e outros. Mas o ambiente externo, como a área de lazer do prédio, a pracinha ou parquinho do bairro, também deve ser considerado por pais e responsáveis na hora da supervisão. Os atropelamentos, por exemplo, representam 46% das mortes ligadas aos acidentes de trânsito que, em 2006, chegaram a 2.176. Por este motivo, as brincadeiras na rua e nas garagens dos edifícios podem oferecer sérios riscos à criançada. As brincadeiras com pipas também merecem atenção! Devem ocorrer somente em locais abertos, longe dos fios de alta tensão, para evitar o risco de choque elétrico.
Nos playgrounds e parquinhos são comuns as quedas, principal causa de hospitalização por acidentes com crianças de 0 a 14 anos. Em 2006, o Ministério da Saúde registrou 73.214 internações de crianças nessa faixa etária, vítimas de quedas. Para evitar esses acidentes é necessário supervisão e verificação dos equipamentos destes locais: se o piso é de absorção para essas quedas – como borracha e areia, se a altura deles não passa de 1,2 m, se estão enferrujados, quebrados ou se contêm superfícies perigosas.
Se a programação prevê pegar estrada com garotada, uma orientação importante: a criança deve sempre estar no banco de trás utilizando a cadeirinha ou o equipamento mais adequado de acordo com a altura, o peso e a faixa etária dela. Consulte o Guia da Cadeirinha. Se o destino incluir praia ou piscina, é preciso ficar atento ao risco de afogamento, uma das principais causas de acidentes com crianças – ficando atrás apenas dos acidentes de trânsito. Apenas no ano de 2006, segundo dados do Ministério da Saúde, 1489 crianças morreram vítimas de afogamento. Para evitar este tipo de acidente, recomenda-se o uso de colete salva-vidas e supervisão total enquanto as crianças estiverem na água ou próximas a ela.
A vida torna-se banal pela falta de educação da população que insiste em conservar o descaso como marca registrada de seu comportamento.
Ed
http://estradas.com.br/blog
Posted by Editor on 08/07/2009 under Segurança no Trânsito
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Os acidentes na infância representam a principal causa de morte de crianças e adolescentes de 1 a 14 anos no Brasil. Em 2006, segundo últimos dados divulgados pelo DATASUS/Ministério da Saúde, 5520 crianças morreram e mais de 137 mil foram hospitalizadas vítimas de acidentes de trânsito, afogamentos, sufocações, queimaduras, quedas, intoxicações e outros.
Segundo a ONG Criança Segura, o perigo não está só dentro de casa – no período das férias, é natural que a criança permaneça mais tempo em casa e por isso podem estar mais expostas a determinados tipos de acidentes comuns do ambiente doméstico como quedas, queimaduras, intoxicações e outros. Mas o ambiente externo, como a área de lazer do prédio, a pracinha ou parquinho do bairro, também deve ser considerado por pais e responsáveis na hora da supervisão. Os atropelamentos, por exemplo, representam 46% das mortes ligadas aos acidentes de trânsito que, em 2006, chegaram a 2.176. Por este motivo, as brincadeiras na rua e nas garagens dos edifícios podem oferecer sérios riscos à criançada. As brincadeiras com pipas também merecem atenção! Devem ocorrer somente em locais abertos, longe dos fios de alta tensão, para evitar o risco de choque elétrico.
Nos playgrounds e parquinhos são comuns as quedas, principal causa de hospitalização por acidentes com crianças de 0 a 14 anos. Em 2006, o Ministério da Saúde registrou 73.214 internações de crianças nessa faixa etária, vítimas de quedas. Para evitar esses acidentes é necessário supervisão e verificação dos equipamentos destes locais: se o piso é de absorção para essas quedas – como borracha e areia, se a altura deles não passa de 1,2 m, se estão enferrujados, quebrados ou se contêm superfícies perigosas.
Se a programação prevê pegar estrada com garotada, uma orientação importante: a criança deve sempre estar no banco de trás utilizando a cadeirinha ou o equipamento mais adequado de acordo com a altura, o peso e a faixa etária dela. Consulte o Guia da Cadeirinha. Se o destino incluir praia ou piscina, é preciso ficar atento ao risco de afogamento, uma das principais causas de acidentes com crianças – ficando atrás apenas dos acidentes de trânsito. Apenas no ano de 2006, segundo dados do Ministério da Saúde, 1489 crianças morreram vítimas de afogamento. Para evitar este tipo de acidente, recomenda-se o uso de colete salva-vidas e supervisão total enquanto as crianças estiverem na água ou próximas a ela.
terça-feira, 2 de março de 2010
Cancelados voos de São Paulo para o Chile: O Estatuto da Criança e do Adolescente se aplica às crianças estrangeiras em território brasileiro?
Acabei de ver o jornal na televisão sobre o terremoto que abalou o Chile.
A reportagem mostrou pessoas que se encontram deitadas pelo chão do aeroporto, esperando a saída dos vôos para o Chile.
A repórter narrou à situação em que se encontram muitas crianças.
Elas ficam jogadas ao chão, não tendo alimentação adequada e muitas estão passando fome.
A companhia aérea disse que não podem fazer nada por elas pela simples razão de que o terremoto é uma catástrofe natural.
Posso fazer uma perguntinha?
Onde foi que aconteceu o terremoto mesmo?
No Brasil?
Na Inglaterra?
No Japão?
Nãaaaaooooo, a resposta certa é no Chileeeeeeeeeee.
Então o argumento declarado pelas companhias aéreas é justificável?
Com a palavra os homens da lei, os advogados, os representantes dos Direitos Humanos, o Bispo, o Pastor, o Prefeito, o Juiz, o Governador, o Ministério Público, a Defensoria Pública e também o Presidente do Brasil.
O fato é que as crianças estão abandonadas, sem condições de higiene, sem alimentação adequada, exposta a situação de risco, etc.
O que fazer?
O Estatuto da Criança e do Adolescente se aplica às crianças estrangeiras em território brasileiro?
Minha consciência diz que qualquer criança em situação de risco, deve ser protegida e colocada em segurança.
As leis brasileiras também dizem o mesmo.
Posso fazer outra perguntinha?
Então porque nestas situações não aparecem ninguém para defender as crianças?
Porque não se aplica as leis?
Onde está nosso erro?
Porque somos tão hipócritas?
Um país que pretende alcançar o topo do mundo, não pode acultar-se nestes momentos.
Não pode esconder-se dentro do guarda-roupa ou embaixo da cama e fingir que não está acontecendo nada.
Um país jamais crescerá com pessoas egoístas e indiferentes aos direitos humanos.
Já que aprovamos o ECA, temos que aplicá-lo como um todo e não em partes ou só quando interessa.
Agora podem falar as autoridades constituídas para defender os interesses das crianças e dos adolescentes neste nosso querido Brasil.
Resposta:
Ed
A reportagem mostrou pessoas que se encontram deitadas pelo chão do aeroporto, esperando a saída dos vôos para o Chile.
A repórter narrou à situação em que se encontram muitas crianças.
Elas ficam jogadas ao chão, não tendo alimentação adequada e muitas estão passando fome.
A companhia aérea disse que não podem fazer nada por elas pela simples razão de que o terremoto é uma catástrofe natural.
Posso fazer uma perguntinha?
Onde foi que aconteceu o terremoto mesmo?
No Brasil?
Na Inglaterra?
No Japão?
Nãaaaaooooo, a resposta certa é no Chileeeeeeeeeee.
Então o argumento declarado pelas companhias aéreas é justificável?
Com a palavra os homens da lei, os advogados, os representantes dos Direitos Humanos, o Bispo, o Pastor, o Prefeito, o Juiz, o Governador, o Ministério Público, a Defensoria Pública e também o Presidente do Brasil.
O fato é que as crianças estão abandonadas, sem condições de higiene, sem alimentação adequada, exposta a situação de risco, etc.
O que fazer?
O Estatuto da Criança e do Adolescente se aplica às crianças estrangeiras em território brasileiro?
Minha consciência diz que qualquer criança em situação de risco, deve ser protegida e colocada em segurança.
As leis brasileiras também dizem o mesmo.
Posso fazer outra perguntinha?
Então porque nestas situações não aparecem ninguém para defender as crianças?
Porque não se aplica as leis?
Onde está nosso erro?
Porque somos tão hipócritas?
Um país que pretende alcançar o topo do mundo, não pode acultar-se nestes momentos.
Não pode esconder-se dentro do guarda-roupa ou embaixo da cama e fingir que não está acontecendo nada.
Um país jamais crescerá com pessoas egoístas e indiferentes aos direitos humanos.
Já que aprovamos o ECA, temos que aplicá-lo como um todo e não em partes ou só quando interessa.
Agora podem falar as autoridades constituídas para defender os interesses das crianças e dos adolescentes neste nosso querido Brasil.
Resposta:
Ed
Acesse o link abaixo e faça uma viagem pela realidade brasileira
Meu Deus preciso de ajuda e trabalhar mais!!!
Sonho com um Brasil acima de uma mídia barata a preço de ouro e mais perto da verdade.
Hoje, no ano de 2010, precisamos mais do que um presidente do povo.
Precisamos de homens de coragem para enfrentar a corrupção e fazer valer as leis desta república chamada de Brasil.
Ed
http://www.youtube.com/watch?v=kcozxGjAwNA&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=OFrDYHCfrzw&feature=related
Sonho com um Brasil acima de uma mídia barata a preço de ouro e mais perto da verdade.
Hoje, no ano de 2010, precisamos mais do que um presidente do povo.
Precisamos de homens de coragem para enfrentar a corrupção e fazer valer as leis desta república chamada de Brasil.
Ed
http://www.youtube.com/watch?v=kcozxGjAwNA&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=OFrDYHCfrzw&feature=related
segunda-feira, 1 de março de 2010
Podem comemorar pois o Grande Tavinho foi adotado
Eu publiquei em oito de Outubro de 2009 uma história de um menino chamado Gustavo.
Sua mãe o chamava de Tavinho e ele vivia, sem eira nem beira, pelas ruas da cidade de São Paulo.
Pois é, no mês de Dezembro de 2009 ele foi finalmente adotado por um casal maravilhoso, que o acolheu e chamando-o de meu filho querido o levou da instituição.
Desta vez para uma casa de verdade, onde o amor é o principal elo daquela família que acabara de ser completada.
Parabéns Tavinho, você é Grande e agora pode desfrutar de uma vida ao lado de pais de verdade.
Grande Tavinho, nós te amamos muito.
Fique sempre com DEUS.
Ed e tios da instituição Solid Rock Church Brasil
Sua mãe o chamava de Tavinho e ele vivia, sem eira nem beira, pelas ruas da cidade de São Paulo.
Pois é, no mês de Dezembro de 2009 ele foi finalmente adotado por um casal maravilhoso, que o acolheu e chamando-o de meu filho querido o levou da instituição.
Desta vez para uma casa de verdade, onde o amor é o principal elo daquela família que acabara de ser completada.
Parabéns Tavinho, você é Grande e agora pode desfrutar de uma vida ao lado de pais de verdade.
Grande Tavinho, nós te amamos muito.
Fique sempre com DEUS.
Ed e tios da instituição Solid Rock Church Brasil
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