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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Parabéns Brasília pelo seus 50 anos: Como foi escolhida a localização de Brasília?

Brasília nasceu para ser a capital do país e, embora tenha sido imaginada inicialmente em 1823, só foi sair do papel mais de um século depois, quando, em 1956, o então-presidente Juscelino Kubtischeck lançou as bases da Companhia Urbanizadora da Capital (Novacap) e fez 50 anos em 5 - ou seja, construiu a capital, cidade planejada nos mínimos detalhes pelo urbanista Lucio Costa, em tempo recorde. Só para dar uma idéia da rapidez com que Brasília foi construída, outras capitais federais levaram bem mais tempo. Washington D.C., capital do EUA, foi construída em 9 anos, Nova Delhi, da Índia, em 18, e Camberra, da Austrália, em quase meio século.
J.L.Bulcão/iStockphoto

O que muitos se perguntam é porque tendo o Rio de Janeiro como capital federal, optou-se por transferir o centro das decisões para um lugar no meio do nada (pelo menos naquela época). Até a decisão de Juscelino, a localização da nova capital federal era uma incógnita. Só o que se sabia era que ela precisaria ser erguida em um local geograficamente estratégico e protegida de possíveis invasões - segurança que, à epoca, a cidade do Rio não oferecia.

A novela da localização começou em 1761, quando o Marquês de Pombal defendeu a transferência da capital de Portugal para o sertão do Brasil, segundo ele, a meio caminho da África e das Índias. Em 1789, os inconfidentes mineiros queriam-na em São João Del Rey, e a reivindicação fazia parte da luta pela Independência do Brasil. Em 1823, José Bonifácio de Andrada e Silva propunha a instalação de Brasília - ou Petrópole - em Paracatu do Príncipe, comarca mineira recém-criada. Sessenta e oito anos depois, a primeira Constituição da República estabelecia uma área do Planalto Central onde seria erguida a futura capital federal - um ponto no centro da América do Sul e no centro do país. Em 1892, criou-se uma comissão exploradora do Planalto Central para estudar e demarcar a área do Distrito Federal. Até então, poucos tinham conhecimento do sonho-visão do padre salesiano João Bosco. Na cidadezinha italiana de Belcchi, em 1883, ele profetizara: "no Brasil, entre os paralelos 15º e 20º surgirá uma grande civilização, a Terra Prometida, onde correrá leite e mel".

Mark Van Overmeire/iStockphoto

Se correria leite ou mel, ninguém poderia dizer ao certo. Mas a localização defintiva da capital seria, sem querer, no ponto sonhado por João Bosco.

Apesar de o novo mapa do país - desenhado em 1893 - ter um ponto do Planalto Central demarcado como "Futuro Distrito Federal", a pedra fundamental já ter sido lançada, e a Marcha para o Oeste (campanha para povoar o oeste do país) ter sido inciada, não havia intenção nenhuma, por parte do Governo Federal de transferir a capital do Rio de Janeiro para lá. O projeto havia sido adiado desde a implantação da ditadura do Estado Novo por Getúlio Vargas, em 1937. Quando a ditadura Vargas chegou ao fim, em 1945, a mudança da capital para o Planalto Central voltou a ser discutida, e o então-presidente Eurico Gaspar Dutra sancionou uma lei que autorizava a definição do local da nova capital. Em 1955, o então-candidato à presidência Juscelino Kubtischek já defendia o Planalto Central como nova localização da capital. Recém-empossado em 1956, Juscelino criou a Novacap, sancionou a lei que determinava a transferência da capital e lançou o concurso do Plano Piloto. O projeto do urbanista Lucio Costa venceu a disputa por ser "simples e funcional". Iniciou-se, então, a saga de construir Brasília em tempo recorde.

CPDOC/FGV/Arquivo de Ernani do Amaral Peixoto - 1960

Projeto do Plano Piloto de Brasília mostra a cidade em formato de avião

Trabalhadores de todos os lugares do país, principalmente do Nordeste, espontaneamente correram para o local da nova capital para trabalhar febrilmente nas obras. Foram batizados de candangos e eram mais de 60 mil calçando ruas, erguendo os moderníssimos prédios projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer e dando vida ao Plano Piloto imaginado por Costa: um traçado de dois eixos em forma de avião, tendo as asas como áreas residenciais (Asas Sul e Norte) e o corpo (o Eixo Monumental) como área do poder público. Os prédios públicos e os palácios do Governo Federal ficam do lado leste, a rodoviária e a Torre de TV, no centro, e os prédios do governo do Distrito Federal no lado oeste. As asas, de uma ponta à outra, medem 14,3 km de extensão, e o Eixo Monumental, 16 km. O Eixo Rodoviário é a principal via de acesso às áreas residenciais das asas, com uma pista principal de seis faixas e pistas auxiliares separando as quadras residenciais numeradas de 200 e 400 do lado leste e 100 e 300, do lado oeste. O comércio local, destinado a servir os moradores, fica nas superquadras. Cada conjunto de oito superquadras constitui uma unidade de vizinhança, com espaços reservados para áreas de esporte, templos e postos policiais.

Em 21 de abril de 1960, cinco anos depois de iniciada sua construção, Brasília foi inaugurada com missa comemorativa rezada pelo Papa João 23. Nesse dia, todo o poder público federal instalou-se definitivamente na nova capital. A data da inauguração foi escolhida a dedo. O dia 21, véspera do Descobrimento do Brasil, também era o Dia de Tiradentes, o mártir da Inconfidência.

Com uma população inicial de 10 mil habitantes, hoje o município de Brasília abriga mais de 2,4 milhões de moradores, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Só na área do Plano Piloto, são mais de 200 mil habitantes. O restante vive em cidades satélites formadas para abrigar a população excedente: Ceilândia, Candangolândia, Taguatinga, Guará, Cruzeiro e Brazlândia são algumas delas. Tamanho crescimento populacional não foi previsto por Costa, que até o uniforme dos motoristas de ônibus havia definido em seu projeto. Como toda grande cidade, hoje a Brasília cinquentenária sofre com um trânsito caótico, que carece de soluções rápidas e definitivas, como a amplicação do metrô, a colocação de semáforos em cruzamentos (o sistema viário de Costa não tinha semáforos) e a implantação de novas linhas de ônibus. Mas como a cidade foi tombada pela Unesco em 1987 e é Patrimônio Cultural da Humanidade, encontrar alternativas aos seus problemas estruturais não é assim tão simples.

Brasília em números

Localização: região Centro-Oeste, entre os paralelos 15 e 16

Área: 5.822 km2

Altitude média: 1.100m

População: 2.455.903 (IBGE, 2007)

Temperatura média anual:

Clima: chuvoso de setembro a abril e ensolarado e seco de maio a agosto

Embaixadas: 57

Escolas: 86

Religião: 9 igrejas católica, 4 centros espíritas, 10 igrejas evangélicas e 2 igrejas orientais

Bancos: 314 agências de 49 instituições

Museus: 23

Parques ecológicos: 6

Cartórios: 12

Fóruns: 4

Tribunais: 8

Delegacias: 17 militares e 17 civis 20,5ºC

Fonte: Administração Regional de Brasília

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