Não sei se choro, se dou um murro na parede ou saio andando por uma entrada para ver onde ela me leva e depois volto com a cabeça fria.
Vejam só queridos leitores, o Brasil tem o Estatuto da Criança e do Adolescente há mais de vinte anos e o problema relacionado ao jovem abrigado que completa dezoito anos não é resolvido e ninguém neste país apresenta políticas públicas de amparo à estes jovens que cometeram o crime de completarem a maioridade.
O governo municipal não oferece nenhuma alternativa a não ser alguns albergues e trinta e três vagas em "casas para jovens".
Temos só em São Paulo um déficit de mais de oitocentas vagas para atender os jovens que irão completar a maioridade nos abrigos e não tem para onde ir.
Com a omissão do Estado temos uma fábrica de pessoas que cairão na marginalidade, simplesmente por falta de alternativa, pela incompetência dos governos que não tomam conhecimento deste problema.
Eu mesmo tenho falado com muitas pessoas ao longo de anos e o máximo que tenho recebido é um belo tapinha nas costas com palavras de encorajamento e mais nada.
Como neste país tem pessoas hipócritas e sem nenhuma expressão e aparecem na mídia como os doutores da sabedoria.
Os políticos de minha nação estão tão comprometidos com idéias de seus financiadores de campanha, que não têm olhos para uma causa desta.
Preferem ver a nação afundar na lama, para que possam explorar de alguma forma e lucrar mais com as calamidades.
Jogam nosso povo morro abaixo e ganham popularidade com entrevistas nos meios de comunicação.
Falo sempre que a mídia tem que se posicionar, pois sempre é feita de aviãozinho por estes loucos homens sem fé.
O que fazer?
Com a palavra os Senhores que ocupam cargo de decisão neste país chamado Brasil.
Ed
Vejam a matéria abaixo:
República para jovens que deixam abrigos pode fechar
Sem patrocínio, a Jovem Taiguara, no Butantã , não consegue cobrir gastos mensais apenas com doações
Instituição acolhe por até 1 ano e meio rapazes de 18 a 21 anos que não voltaram às famílias nem foram adotados
CAROLINA LEAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando completou 18 anos, Vanderson Santos Silva não comemorou. Então morando em um abrigo para adolescentes, ouviu que a maioridade lhe dava uma única alternativa: dormir em um albergue para moradores de rua. "Com 18 anos, sem ter para onde ir, sem emprego, sem estudo. O que eu ia fazer?", conta.
Um educador o indicou para uma das raras opções de moradia para jovens que saem de abrigos na cidade de São Paulo: a República Jovem Taiguara, no Butantã (zona oeste), que agora corre o risco de fechar por falta de apoio financeiro.
Criada pela ONG Casa Taiguara, a república acolhe, por até um ano e meio, rapazes de 18 a 21 anos que não voltaram à família nem foram adotados. Nesse período, são encaminhados para vagas de emprego e estudo.
O projeto começou em 2007, quando venceu uma seleção do Instituto HSBC de Solidariedade para patrocínio por dois anos. O prazo acabou no fim de 2009.
"Esperamos respostas de outras empresas interessadas no projeto, mas até agora nada. Corremos o risco de fechar", diz Renee Amorim, gerente de projetos da ONG.
Com o fim do patrocínio, o dinheiro arrecadado com festas e doações cobre apenas parte dos gastos, que somam R$ 5.000 por mês.
POUCAS VAGAS
Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social, 858 crianças e adolescentes abrigados não têm perspectiva de retorno à família, e 285 têm entre 15 e 17 anos -estão prestes a sair dos abrigos.
Para acolher estes jovens, São Paulo teria apenas 33 vagas. Oito oferecidas pela República Taiguara e outras 25 pela prefeitura, que mantém duas repúblicas jovens. Não há levantamento oficial sobre a existência de outros lares para esses jovens.
Segundo uma psicóloga que trabalha em abrigos e pediu para não ser identificada, a única informação que chega até eles é sobre as repúblicas municipais. Quando o jovem está perto dos 16 anos, já é hora de pleitear uma vaga à prefeitura. "Conseguir é uma questão de sorte", diz.
OBRIGAÇÃO MORAL
Quando o adolescente completa 18 anos e deixa o abrigo, o Estado não tem mais nenhuma obrigação legal de mantê-lo.
Mas, para o juiz da Vara da Infância e Juventude, Reinaldo Cintra, prevalece a obrigação moral. "É muito difícil você dar autonomia para quem nunca teve", afirma.
Tanto nas repúblicas mantidas pela prefeitura quanto na Taiguara, os moradores são responsáveis por limpeza, organização e refeições da casa. Também precisam estudar e trabalhar.
Parte do salário é depositada em uma poupança individual e outra parte contribui com os gastos mensais.
Fonte; FSP
fonte: http://infanciaurgente.blogspot.com/